Veterinários dão dicas para quem vai levar ou deixar bichos nas férias
26/12/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am
Férias, poucos dias para o Réveillon e muitas pessoas pegando estrada para aproveitar as festas da virada de ano. Mas quem tem animal de estimação carrega uma dúvida. Afinal, levar o bicho na viagem ou deixá-lo em casa? Se levar, como transportar e onde hospedar. Se deixar, onde, com quem deixar e em quais situações? Essas são as perguntas mais frequentes nas clínicas veterinárias nesta época do ano.
Médicos Veterinários dão dicas importantes para quem vai levar o pet durante a viagem e, para quem prefere deixar o animal de estimação em casa. Há ainda quem prefira deixar o "cãopanheiro" em hotéis especializados ou com amigos e parentes, acostumados com animais.
Em Farol de São Thomé, balneário de Campos dos Goytacazes, principal destino de turistas da região Norte e Noroeste do Rio, não é fácil econtrar um hotel ou pousada que aceite animais de estimação. Na pesquisa feita pelo G1, poucos hoteis disseram aceitar o pet e onde aceita é comum ter regras, como a de não incomodar o quarto vizinho.
Mas fica uma dica. Para quem vai levar o pet é importante informar ao Médico Veterinário para onde está indo e o tempo da viagem. Assim, algumas doenças podem ser evitadas. "Ele vai poder prevenir o animal de doenças provocadas por bactérias, parasitas ou vírus típicos de determinada região. Por exemplo, a Dirofilariose, conhecida popularmente como verme do coração, é muito comum em regiões litorâneas. E nesse caso em particular, seu cachorro dever ser medicado um tempo antes da viagem, assim diminuindo o risco de contaminação", ensinou o Médico Veterinário Rodolpho Borges.
Para quem prefere deixar o animal em hotel especilizado é bom ter paciência para procurar e pressa para garantir uma hospedagem. Em Macaé, a diária para deixar um cão de médio porte em um dos únicos hotéis para cães e gatos é R$ 25 por dia. Há também o serviço de passeador de cães. Pelo mesmo valor, uma pessoa pode ir até a casa do cliente, trocar água e ração e passear com o pet na rua para que o bicho possa se aliviar.
Recomendações para quem vai levar o pet:
– Quem prefere levar o animal na viagem, é essencial que procure um Médico Veterinário antes de pegar a estrada. É esse profissional que vai colocar em dia a vacinação e vermifugação do bichinho. Além disso, só ele vai poder fornecer o atestado de saúde, confirmando que está tudo em ordem com o animal. Esse documento é considerado indispensável pelas companhias de transporte. Sem ele, é praticamente impossível que você consiga transportar seu animal.
– A forma correta de transportar o animal durante a viagem também deve ser observada. Afinal, pode evitar acidentes e o mal-estar do bicho. "Seja de carro, ônibus ou avião, a caixinha é obrigatória. Ela pode ser encontrada em pets shops ou clínicas veterinárias. Precisa ter espaço suficiente para que o animal possa viajar bem confortável. Além disso, deve estar presa ao cinto de segurança, para evitar multas e proteger melhor o bicho em caso de acidente.
– Outra observação importante é que os animais devem viajar em jejum para evitar enjôos durante o trajeto. Em viagens longas, o proprietário deve parar algumas vezes para oferecer água, mas sem excesso. A alimentação não deve ser alterada, já que, devido a mudança de rotina, o caozinho tende a ficar mais estressado e com isso mais suceptível a ter diarréia e perda de apetite.
Recomendações para quem vai deixar o pet:
– Quem está pensando em deixar o animal sozinho o ideal é designar uma pessoa de confiança do dono e do animal, para fornecer água fresca e comida, sempre mantendo a rotina da alimentação.
– Outro fator importante é o calor. Os animais requerem atenção especial nesta época do ano. Os cães têm maior dificuldade em regular a temperatura corporal. Isso porque eles não suam. A regulação térmica deles se dá através da respiração ofegante, onde há troca do ar quente por ar mais frio. Atenção especial aos cães braquicefálicos, de focinho achatado, como Pug, Bulldog, Shih Tzu, pois eles têm maiores dificuldades nesta termo-regulação, podendo morrer bem mais rápido por hipertermia.
– O recomendável é que nesta época do ano, os passeios ocorram nos horários mais frescos do dia, ou seja, de manhã bem cedo ou no final da tarde. Em dias muito quentes, pode-se oferecer pedras de gelo para o cão, além, é claro, de deixar água fresca à disposição o dia todo.
– É comum nessa época do ano, em decorrência das festas, um aumento dos casos de distúrbios gastrointestinais nos pets (vômito e diarréia), devido a alimentação inadequada. Por isso, nada de oferecer carnes ou outros alimentos que não fazem parte da dieta do animal. Vale ressaltar que alimento de cães e gatos é a ração.
* Dicas do Médico Veterinário Rodolpho Borges.