Solenidade lota Senado Federal em homenagem à Medicina Veterinária e à primeira presidente do CFMV

19/12/2023 – Atualizado em 21/12/2023 – 10:43am

Com plenário e galeria lotados, foram celebrados os 90 anos da primeira regulamentação da Medicina Veterinária, 55 anos da criação dos conselhos federal e regionais de Medicina Veterinária e a posse de Ana Elisa Fernandes de Souza Almeida, primeira mulher a presidir o Conselho Federal de Medicina Veterinária.

O requerimento para a solenidade foi do senador Wellington Fagundes (MT), que presidiu a sessão especial, realizada no Plenário do Senado Federal, na sexta-feira (15), das 15h às 18h.

As nove décadas do Decreto nº 23.133/1933 e as cinco décadas e meia da Lei nº 5.517/1968 reuniram representantes de entidades ligadas à Medicina Veterinária e à Zootecnia, como o centenário médico-veterinário Milton Thiago de Melo; Josélio de Andrade Moura, presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (ABMV); Carlos Alberto Bastos Reis, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária; Marinaldo Divino Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ); e Walter Motta Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Zootecnia.

Pronunciamentos

Encerrando o mandato à frente da presidência do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida foi o primeiro a discursar e focou sua fala nos agradecimentos: ao senador, por promover a solenidade; ao apoio da família e também aos diretores e conselheiros que compuseram suas duas gestões. Ana Elisa, por sua vez, destacou que o dia 15 de dezembro entraria para a história da Medicina Veterinária brasileira, quando se torna a primeira mulher a presidir a entidade maior da Medicina Veterinária e da Zootecnia brasileiras.

“Assim como o 9 de setembro de 1933 e o 23 de outubro de 1968, o dia 15 de dezembro de 2023 também entrará para a história. Fomos oficialmente empossados e, pelos próximos três anos, teremos a honra de conduzir o Conselho Federal de Medicina Veterinária, órgão maior da nossa amada profissão”, afirmou.

Já Milton Thiago roubou a cena e arrancou risos e aplausos da plateia, falando sobre carne artificial – a qual considera o futuro da produção de proteína, motivo pelo qual afirma ser considerado senil, por muitos – e criticando o excesso de cursos de graduação em Medicina Veterinária no país. “Não é sério um país com mais de 450 escolas de Veterinária”.

Ao falar de como vê o futuro da profissão e pensar à frente, por sinal, falou que “a cabeça anda onde o corpo não acompanha”, já que, aos 107 anos, encontra-se com problemas de locomoção. E encerrou: “Tenho absoluta fé no futuro da Veterinária!”, dando as boas-vindas à nova presidente e agradecendo Almeida por sua gestão.

Os presidentes da ABMV e da ABZ também se pronunciaram. Moura recordou a importância da Medicina Veterinária para o desenvolvimento da pecuária e do Produto Interno Bruto, no Brasil; e Ribeiro, em sua fala, relembrou o nascimento da Zootecnia no Brasil, surgida como uma demanda da sociedade, segundo ele. Já o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV-BA), Altair Santana, saudou a nova presidente, em nome dos presidentes dos conselhos regionais.

Premiações do CFMV

Na sequência, foram realizadas as premiações anuais do CFMV. O ex e a atual presidente da autarquia alternaram-se na função de entregar placas, certificados e medalhas aos vencedores. Elizabeth Regina Rodrigues da Silva, primeiro-tenente do Exército Brasileiro, recebeu a Comenda Muniz de Aragão 2023, homenagem à Medicina Veterinária Militar; o Prêmio Professor Paulo Dacorso Filho, voltado aos médicos-veterinários que contribuíram para o desenvolvimento da profissão e da pecuária no país, reuniu os vencedores dos anos 2022 (Alberto Neves da Costa) e 2023 (Ekaterina Akmovna Botovchenco Rivera); enquanto o Prêmio Professor Octávio Domingues reconheceu os zootecnistas Rui da Silva Verneque (2019), João Ricardo Albanez (2021), Antelmo Teixeira Alves (2022) e Aldi França (2023). Conheça o perfil de cada um aqui.

Muito emocionada, principalmente ao mencionar a família, Ekaterina discursou em nome de todos os premiados. “Confesso que a Medicina Veterinária não foi a carreira que escolhi, foi ela que me escolheu, me acolheu e eu a recebi de braços abertos; ela me fez transitar por várias de suas áreas e me deu a tarefa de difundir uma área pouco divulgada, que zelasse pelo uso ético de animais e seu bem-estar”, afirmou a profissional, que é mundialmente reconhecida por seu trabalho na Ciência de Animais de Laboratório.

A médica-veterinária ainda lembrou a importância do trabalho em equipe e dos profissionais que vieram antes dela e dos que virão depois. “Ninguém anda sozinho e, para que neste caminhar tudo se concretizasse, foi necessário o trabalho daqueles que me antecederam, dos que me acompanharam e dos que vão seguir minha missão, aprimorando-a, rompendo novos desafios e seguindo em frente”, assinalou.

A cerimônia foi encerrada pelo senador, que destacou o legado de Francisco Cavalcanti de Almeida e desejou sucesso a Ana Elisa. “A senhora é uma colega, amiga e profissional ilibada, competentíssima, tem pioneirismo e vanguarda marcados em sua história, e esses dois substantivos podem se transformar em seu sobrenome”, ponderou.

Autoridades presentes

A cerimônia teve a presença de autoridades e personalidades diversas, a exemplo do diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/SDA/Mapa), Eduardo Cunha; do ex-ministro da Pesca e Aquicultura Altemir Gregolin, que é médico-veterinário; de Paulo Emílio Landulfo Medrado de Vinhaes Torres,  presidente da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária e da Academia Baiana de Medicina Veterinária, que na ocasião representou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; de Daniel Carrara, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (Senar/CNA); de Morgana Freire, presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, seção Bahia (Anclivepa-BA); e de José Carlos de Andrade Moura, membro das Academias Baiana e Brasileira de Medicina Veterinária.

Assessoria de Comunicação do CFMV