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07/05/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am
Um controverso estudo sobre uma mutação do vírus da Influenza Aviária foi publicado nesta quarta-feira (02) pela revista científica britânica Nature, sem que tivessem sido alterados "os elementos científicos essenciais". A revista também difundiu um relatório de uma agência de biossegurança favorável à publicação.
Assim, a Nature publicou o estudo de uma equipe do Wisconsin, chefiada por Yoshihiro Kawaoka, enquanto o cientista holandês Ron Fouchier está "revisando" o trabalho antes de sua divulgação da revista Science.
O estudo
A equipe de Kawaoka explica que introduziu uma mutação por meio de um gene chave do vírus H5N1, tornando-o mais compatível com as células do sistema respiratório humano. Posteriormente, os cientistas usaram o vírus da gripe suína H1N1, que provocou uma pandemia em 2009, para criar um "híbrido H5/H1".
Depois, seis furões foram infectados com o vírus mutante e estes transmitiram o vírus a outros furões pelo ar, mas nenhum deles morreu. A Nature também publicou o artigo de uma agência de biossegurança no qual afirma que os benefícios da publicação superam os riscos de um uso mal-intencionado da informação divulgada.
No fim de março, um painel não governamental de especialistas científicos e de segurança nos Estados Unidos havia dado luz verde para a publicação completa dos estudos sobre a Influenza Aviária mutante, revertendo a decisão anterior de omitir detalhes chave da pesquisa.
Controvérsias
Especialistas dos Estados Unidos se opuseram previamente à publicação destes estudos, que mostravam como um vírus da gripe H5N1 criado em laboratório podia ser facilmente transmitido pelo ar entre os furões – por temor de que a informação acabasse em mãos erradas e desencadeasse uma pandemia mortal de gripe.
No fim de março, ao contrário, especialistas do Conselho Assessor Nacional Científico de Biossegurança (NSABB) consideraram que "a compreensão das mutações específicas pode melhorar a vigilância internacional e a saúde pública e a segurança". Os especialistas concordaram por unanimidade em que a pesquisa da equipe do Wisconsin devia ser publicada na íntegra, segundo o previsto pela Nature.