propostas

19/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Criação de um índice global de desenvolvimento sustentável, que permita a abertura de mercados para países que adotam práticas ambientais corretas, além de um fundo internacional para financiamento e difusão de tecnologia que contribua para o desenvolvimento agrícola e pecuário com respeito ao meio ambiente. Essas são duas das propostas do setor agropecuário para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. "O Brasil, que produz comida de qualidade e barata, ocupando apenas 27,7% do seu território, tem autoridade moral para, na Rio+20, defender novas propostas que garantam o crescimento sustentável da produção mundial", afirma a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. Nesta segunda-feira (18-06), no Espaço AgroBrasil, no Píer Mauá, a senadora Kátia Abreu detalhou o documento de posicionamento do setor para a Rio+20, consolidado pela Confederação a partir de contribuições obtidas em três grandes
debates, que reuniram lideranças rurais, técnicos, produtores, universidades e instituições do agronegócio em março e abril deste ano.

A presidente da CNA explica que, a partir da criação do índice global de desenvolvimento, os países que produzem de forma sustentável poderão obter remunerações mais adequadas para manejo e comercialização de seus produtos, premiando os serviços ambientais gerados. "A idéia é dar viabilidade econômica ao processo, inserindo socialmente maior número de produtores, para permitir a superação da pobreza", afirma. A erradicação da pobreza, um dos temas centrais da Rio+20, depende, no caso das áreas rurais do Brasil, de políticas que garantam o acesso a tecnologias, sementes, crédito, capacitação e extensão rural, especialmente nas classes mais pobres. "Aumentar a classe C no campo ajudará a produzir mais alimentos e, paralelamente, a erradicar a pobreza", afirma a senadora Kátia Abreu.

Tecnologia e inovação, economia verde, trabalho decente e meio ambiente são os temas que norteiam o documento apresentado, nesta segunda-feira, pela CNA na Rio+20. Todos esses tópicos têm como pano de fundo o compromisso dos produtores rurais com a ampliação da oferta de alimentos e a preservação ambiental, que, no Brasil, é de 61% em todos os biomas. Ao detalhar o documento elaborado pelo setor agropecuário, a senadora Kátia Abreu ressalta que a expansão da agricultura brasileira não depende, exclusivamente, da abertura de novas áreas e que, além de ter vegetação nativa nas propriedades privadas, o Brasil possui, como diferencial, uma extensa área de pastagens – 158,7 milhões de hectares -, além de áreas degradadas que podem ser recuperadas. "Com o uso de tecnologia e a recuperação de áreas degradadas, o Brasil poderá liberar até 70 milhões de hectares, nos próximos anos, para produzir cerca de 400 milhões de toneladas de grãos e fibras", afirma.

Para a presidente da CNA, também é tema prioritário no debate da Rio+20 a preservação dos recursos hídricos. Neste sentido, defende a criação de um conceito mundial de Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens dos rios, proposta que tem sido apresentada pela CNA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Agência Nacional de Águas (ANA) em fóruns internacionais e que será tema de debate no Espaço AgroBrasil. Neste sentido, a entidade propõe que os governos implementem ações de saneamento básico urbano, de modo a evitar a poluição dos recursos hídricos, garantindo assim a qualidade da água ao consumo e à produção de alimentos.

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