programa

01/02/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Presente na inauguração da 29ª Feovelha, em Pinheiro Machado, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, destacou em sua fala, algumas ações para o fomento do Rebanho bovino e bubalino. Uma das medidas é a criação de um projeto de rastreabilidade estadual que serviria para diminuir o abate clandestino em território gaúcho.

O programa de rastreabilidade do Rebanho bovino e bubalino nascerá após um impasse com a liberação de emendas da bancada gaúcha em Brasília. Assim, foi dada a autorização pelo governador Tarso Genro para que o Estado banque, inicialmente, o programa, que terá um investimento de R$ 15 milhões para a distribuição de brincos e aquisição de leitores, entre outros equipamentos. O governo buscará o restante dos recursos junto à bancada gaúcha em Brasília.

"O governador entende a importância desse programa e decidiu implantar com recursos próprios porque o mercado exige cada vez mais consumir um produto que obedeça a determinados critérios. Além disso, a rastreabilidade permite que o produtor faça uma melhor gestão da genética de seus rebanhos, e por último, está a questão da sanidade, que nos permitirá um maior controle efetivo de doenças", explicou o secretário da Agricultura Luiz Fernando Mainardi.
Conforme Mainardi, a meta é rastrear 100% do Rebanho em um prazo de cinco anos.

"A intenção do governo é encaminhar no mês de março para a Assembleia Legislativa o projeto de lei que cria o programa de Rastreabilidade e Combate ao Abate Clandestino. Por enquanto estamos em uma fase de elaboração desse projeto para depois encaminhá-lo para a aprovação na Câmara Setorial, onde será analisado, para depois repassarmos para o governador e, por fim, será levada para a Assembleia. Esperamos que esse programa em breve esteja disponível porque ele também auxiliará no combate ao abate clandestino, que hoje chega a 20% de incidência no Estado e nos preocupa consideravelmente", destaca Mainardi.

Repercussão
Conforme o presidente da Associação e Sindicato Rural de Bagé, Aluízio Tavares, que recentemente organizou em Bagé uma reunião com o secretário de Segurança do Estado, Aírton Michels, tudo que vem para impedir e diminuir os percentuais do abigeato no Estado é bem-vindo. "A rastreabilidade servirá para o controle do Rebanho. É muito trabalhoso para os produtores, mas do ponto de vista econômico auxiliará em termos de exportação de nossa carne para mercados como o europeu", afirma. Segundo Aluízio Tavares a medida é visionária por pretender organizar a cadeira produtiva da bovinocultura.

Sobre a possibilidade de redução no abigeato com a criação do programa, o presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, José Roberto Pires Weber que esteve presente na reunião do dia 16 de janeiro na Associação Rural, quando se debateu o abigeato. "Nesta reunião, os produtores colocaram as dificuldades existentes em cada região, o abigeato não é mais para matar a fome, tornando-se um crime de aspecto comercial. Foi dito também que o abigeato é um crime difícil de ser solucionado. Mas foi solicitado ao secretário, a criação de uma delegacia regional do abigeato, especializada no assunto e com o efetivo exclusivo para este crime", ressalta o produtor rural. Para ele um programa efetivo de rastreabilidade é uma ferramenta importante, contudo não pode ser obrigatória.

"Faço esta afirmação, pois como produtor rural, estou na lista Trace, que viabiliza exportar para a União Europeia", comenta.

A lista Trace funciona para divulgar a listagem de fazendas autorizadas a fornecer bovinos para abate e venda da carne in natura para os países pertencentes a União Europeia.