Peste
27/06/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) abriu sua 37ª Assembleia Geral celebrando o triunfo da erradicação da peste bovina, flagelo que afetou criadores de gado da África, Ásia e Europa durante centenas de anos.
O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, descerrou no início da manhã deste sábado, 25 de junho, a placa comemorativa para celebrar a erradicação em nível planetário da doença, considerada uma das enfermidades mais mortíferas da história do homem e uma antiga ameaça aos meios de subsistência e segurança alimentar do planeta. "É hora do mundo comemorar", disse.
O ministro da Agricultura do Brasil, Wagner Rossi, presente à reunião da FAO, celebrou o êxito, lembrando que o país há décadas não enfrenta tal problema. "O único caso registrado da doença no nosso país ocorreu em 1921 em búfalos que haviam sido importados", disse. Rossi integra a delegação brasileira junto à FAO, além dos ministros Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Antonio Patriota (Relações Exteriores).
A reunião bienal da FAO será marcada pela eleição do novo diretor-geral da organização. O brasileiro José Graziano, ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate a Fome do governo Lula, é candidato ao cargo.
Cooperação
A erradicação da peste bovina é considerada pelos 180 países que integram a FAO um triunfo da ciência e do engenho humano. "É a primeira enfermidade animal eliminada em seu meio natural graças ao esforço do homem e a cooperação internacional", apontou Diouf. Ele lembrou ainda que a peste bovina é a segunda doença erradicada da história da humanidade, depois da varíola.
"Durante anos dizia-se com frequência que o mundo tem os meios necessários para eliminar a fome, a subnutrição e a pobreza extrema", disse Dayouf no plenário da FAO, perante chefes de Estado, ministros e autoridades. "A erradicação total da peste bovina, doença que atingia bois, búfalos e muitas outras espécies animais, tanto domésticas como silvestres, é hoje uma prova de que isso é possível".
Em seu discurso, o diretor-geral da FAO comentou que durante mais de mil anos, a doença atingiu os povos dos cinco continentes. A enfermidade aniquilou milhões de animais, levando populações a condições precárias de vida e provocando insegurança alimentar.
A placa comemorativa na sede de FAO, em Roma, Itália, recorda o nome dos profissionais, técnicos, organismos financeiros e países membros do organismo pelo trabalho e colaboração exemplar no esforço para erradicar a enfermidade.
Desde 1994, a FAO implementou o Programa Mundial de Erradicação da Peste Bovina (PMEPB), em colaboração com a Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) e o Organismo Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas (AIEA) e outros parceiros, como governos, organizações não-governamentais, organismos regionais como a Oficina Interafricana de Recursos Animais, além da União Europeia.