Peixes

13/02/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am

Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), intitulado "Crescimento do tambaqui em cenários de mudanças climáticas", analisa como as condições ambientais daqui a cem anos poderão afetar o crescimento das espécies do tambaqui, um dos principais peixes da região. De acordo com a pesquisa, a espécie desenvolverá mecanismos adaptativos para sobreviver ao novo ambiente.

Segundo os pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), e do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o objetivo do projeto é analisar os efeitos das condições ambientais a partir das previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para 2100. "Nunca se testou o efeito dos cenários previstos para daqui a cem anos sobre organismos vivos porque é impossível recriar uma paisagem exatamente igual à que ocorrerá no futuro. Entretanto, podemos submeter os organismos vivos a uma atmosfera parecida", explicou a pesquisadora Vera Val.

Durante o estudo, diversas espécies desenvolveram mecanismos adaptativos para sobreviverem às mudanças ambientais naturais, como o aumento do gás carbônico presente na água. "Os experimentos que estamos realizando vão esclarecer à sociedade o que pode acontecer com organismos aquáticos submetidos a temperaturas mais elevadas e com níveis elevados de CO2, em cenários cuja umidade poderá ser maior ou menor", esclareceu Vera.

Com esse aumento da temperatura, o tambaqui poderá desenvolver perturbações fisiológicas que ocasionarão, entre outros desequilíbrios, uma inibição do crescimento. "Se o aumento da temperatura e do CO2 resultar em diminuição do crescimento do tambaqui, a população ribeirinha será afetada negativamente pela redução na oferta de proteína dessa espécie", expôs.