Olimpíadas 2016: Fiscalização de alimentos conta com o trabalho de médicos veterinários
04/08/2016 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am
Por Roberta Machado
Quase uma centena de médicos veterinários trabalham para garantir a segurança de alimentos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Os profissionais fazem parte de uma verdadeira força-tarefa criada para fiscalizar o preparo de refeições para os trabalhadores, atletas, delegações e para as famílias olímpicas. Cabe ao grupo, inclusive, inspecionar o transporte e armazenamento dos alimentos, além da venda de produtos industrializados e lanches aos espectadores das competições.
Os profissionais da Vigilância Sanitária de Alimentos municipal, estadual e federal são os encarregados de fiscalizar as atividades de alimentação relacionadas às competições esportivas. Toda a alimentação destinada aos atletas, organizadores e espectadores produzida e consumida nos locais do evento vai passar por um rigoroso processo que vai avaliar desde a colheita dos insumos até as práticas de fabricação e os procedimentos de preparação dos alimentos.
As equipes de inspeção já trabalham há meses para realizar análises laboratoriais dos produtos alimentícios produzidos para os Jogos Olímpicos e avaliar as instalações onde esses alimentos serão preparados e servidos.
“A nossa rotina mudou na intensidade da demanda. Temos um volume de operações muito maior do que o habitual, devido à grande quantidade de pontos para inspecionar”, conta a médica veterinária Gisela Hutten, da Superintendência de Vigilância e Fiscalização Sanitária em Alimentos e Nutrição (SVFSAN) da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) do Município do Rio de Janeiro.
Desafio
Para a médica veterinária, o maior desafio está na prevenção de riscos, o que exige um grande trabalho de planejamento, monitoramento e capacitação, além da aquisição de produtos e da validação de processos. Tudo deve ser feito de modo integrado com os órgãos sanitários de controle municipais, estaduais e federais. “Há o desafio da comunicação do risco e da rápida adoção de medidas corretivas com rápida interação e auxílio dos demais órgãos de controle, haja vista que a rapidez e o volume de agravos estarão intensificadas em um evento dessa magnitude”, ressalta Hutten.
Foto: arquivo pessoal
O trabalho das equipes multidisciplinares foi colocado à prova nos eventos-teste para os Jogos Olímpicos, realizados entre junho de 2015 e maio deste ano. Durante este período, os médicos veterinários e outros profissionais se dedicaram a fiscalizar os processos de preparação nas instalações temporárias de cozinha e conferiram a necessidade de registro dos fornecedores no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A experiência resultou em cerca de 240 inspeções realizadas nas arenas esportivas e diretamente com os fornecedores de alimentos.
A médica veterinária acredita que a equipe está pronta para arcar com o trabalho, incluindo as particularidades esperadas para um evento esportivo dessa dimensão. “Os atletas poderão contar com o consumo de alimentos controlados para resíduos, que sabidamente interferem nos testes de dopagem”, ressalta Gisela Hutten. “Os turistas, os atletas, a força de trabalho e os espectadores também poderão contar com a distribuição de produtos alimentícios de qualidade e de serviços de alimentação que não ofereçam risco ao consumidor”, garante.
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