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30/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

Alguns casos de Leishmaniose estão aparecendo pela região e as prefeituras do Sul Fluminense estão tomando medidas para que não aconteça uma possível epidemia.
Técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Secretaria de Estado de Saúde retornarão em Resende na próxima semana para fazer o monitoramento de um caso de Leishmaniose canina identificado no município. Há cerca de um mês, a prefeitura notificou aos órgãos estaduais a suspeita de um cachorro doente. O sangue coletado foi enviado à Fiocruz, e o exame confirmou a doença. Até o momento, esse foi o único caso registrado na cidade.

Segundo o coordenador do Centro de Zoonoses (CCZ) do município, o Veterinário Rafael Resende Carvalho, os animais acometidos pela doença apresentam sinais como apatia, falta de apetite, emagrecimento, perda de pelos, lesões na pele e crescimento desordenado das unhas. No entanto, Rafael afirma que os sintomas são semelhantes aos de outras doenças, o que pode prejudicar o diagnóstico. O contágio ocorre pela picada do mosquito palha infectado. A transmissão só acontece por meio da picada do inseto, ou seja, os animais não transmitem a doença pela lambida, mordida ou contato. Os veterinários devem notificar a prefeitura sempre que for identificado um caso de Leishmaniose. Carvalho, explicou que esta semana a equipe colheram mais de 130 amostras de sangue de animais em torno do local onde morava o cachorro doente, no bairro Jardim Brasília, para identificar se outros cães apresentam a doença.

O coordenador do CCZ informou ainda que na próxima semana, técnicos da Secretaria Estadual voltarão ao município para fazer o monitoramento do vetor, conhecido como "mosquito palha", que vive em ambientes escuros e úmidos. "Eles também vão montar armadilhas para capturar o mosquito que vive escondido em material orgânico, como folhas e lixo. Por isso, a população deve manter os quintais sempre limpos, evitando o acúmulo de lixo, e a grama e o mato sempre cortados. Os donos de animais podem ainda usar uma coleira repelente nos cachorros", orienta.

Em Barra Mansa houve o primeiro caso de morte causado pela doença, o ajudante de transporte Magno Silva Pereira, 37 anos, à morte no dia 18 de abril, levando a Secretaria de Saúde (SMS) a tomar medidas mais rígidas de controle da doença.

A Secretaria de Saúde, através do setor de controle de Zoonose, informou que foram nove casos confirmados de Leishmaniose em cachorros e dois em humanos até o momento. A secretaria recomenda ainda medidas de prevenção que as pessoas podem adotar, como, evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata, fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde, evitar banhos de rio localizado perto da mata, utilizar repelentes na pele quando estiver em matas de áreas onde há a doença, manter a área onde o cão fica sempre limpo, evitar o acúmulo de materiais orgânicos e eliminar cães com diagnóstico positivo para Leishmaniose visceral, para evitar o aparecimento de casos em humanos.

Segundo o coordenador do CCZ da Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda, Rogério José da Silva, desde o ano passado, em setembro, quando um caso humano foi identificado no bairro Jardim Belmonte, o CCZ realiza um trabalho de vigilância em outros bairros da cidade. O órgão mapeou e traçou um raio de ação em 13 bairros da cidade, onde já foram coletado sangue de cães para realizações de exames, realizadas palestras e outras ações. A coordenação do CCZ recolheu 100 amostras de sangue canino no final de junho, no bairro Eucaliptal, e já foram enviadas para um laboratório no Rio de Janeiro. A previsão é que os resultados saíam no início de agosto. Para o coordenador, a população de Volta Redonda pode ficar tranqüila, já que o mosquito não é natural em áreas urbanas, e não possui características de proliferação, como a dengue. É importante lembrar que o mosquito tem característica local. A população em geral deve ter alguns cuidados preventivos importantes, como foi informad
o pela secretária de saúde de Barra Mansa.

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE A DOENÇA

Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi.

Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.

A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado. Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

Os principais sintomas da Leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos. (Fonte Site www. drauziovarella.com.br).