Médica-veterinária assume a Vigilância em Saúde de Rio Branco

19/07/2021 – Atualizado em 30/10/2022 – 9:01pm

Após 10 anos de articulações, uma profissional da Medicina Veterinária passa a ocupar o cargo máximo da Vigilância na capital do Acre, Rio Branco. No início de julho, a médica-veterinária Ângela Maria Fortes de Andrade foi nomeada para a Coordenação de Vigilância em Saúde, na Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) da cidade, respondendo cumulativamente pelo Departamento de Controle de Zoonoses, cargo que ocupa desde fevereiro.

“Preciso reconhecer o esforço da atual gestão da Prefeitura e da Secretaria de Saúde, depositando confiança na atuação de uma médica-veterinária com especialização em saúde pública, que está comprometida em trabalhar a relação entre as saúdes animal, humana e ambiental com olhar para a Medicina preventiva. Todos ganham quando o olhar é global e voltado para o todo que constitui a saúde única”, destacou a coordenadora.

Além de ações educativas de orientação em Vigilância Sanitária voltadas à população e ao setor regulado, além de inspeções sanitárias nos estabelecimentos de interesse à saúde, a coordenação assumida por Ângela visa fortalecer e estender a capacidade de análise da situação de saúde e de resposta às necessidades da população.

O objetivo é diminuir a mortalidade ocasionada por doenças e agravos prevalentes, intensificando ações de prevenção e controle na Rede de Atenção Primária, considerando as diversidades locais e os grupos ou segmentos populacionais mais expostos.

“A nomeação é fruto do trabalho exitoso que já vinha sendo desenvolvido no Controle de Zoonoses desde o início do ano. Os projetos articulados nesses seis meses me trouxeram até a Vigilância em Saúde”, explica a nova coordenadora, reconhecendo o apoio recebido, inclusive, pela equipe de servidores.

Ela almeja criar um departamento de Vigilância do Trabalhador, por entender e reconhecer que as condições socioambientais relacionadas ao trabalho têm relação direta com a qualidade de vida e de produtividade do servidor.

Vigilância em Saúde

A nova coordenadora de Vigilância em Saúde de Rio Branco tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em sanidade, produção animal e saúde pública. Ela cita os dados da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde (75% das doenças infecciosas emergentes no mundo são zoonoses; 60% dos patógenos humanos são zoonóticos; e 80% dos patógenos que podem ser usados em bioterrorismo são de origem animal) para destacar a importância e a responsabilidade da Saúde Pública Veterinária.

Para ela, a Medicina Veterinária promove a saúde dos animais e, consequentemente, inibe prejuízos causados pelas doenças que atingem a saúde pública. Com a visão preventiva, a profissão trabalha contra as enfermidades que põem em risco a saúde dos animais e as doenças adquiridas pelo homem no estreito convívio com eles, sendo essencial na promoção e preservação da saúde dos animais e sua relação com as zoonoses em geral.

“O médico-veterinário tem a função de encontrar formas de diminuir o risco de transmissão de doenças de caráter zoonótico ao homem e proporcionar condições de bem-estar do convívio dele com os animais”, defende.

Diante desse desafio, o médico-veterinário ocupante de cargo público tem a missão de promover políticas voltadas ao meio ambiente, cuidados restritos aos animais, visando à preservação da saúde humana. “O médico-veterinário é um sanitarista atuante na Medicina Veterinária preventiva em excelência”, reconhece.

Currículo

Ângela é formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Acre (Ufac), onde entrou em 2009 e, no próximo mês, concluirá o doutorado em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental.

“A universidade foi o meu berço profissional”, lembra, agradecida. Na Ufac, teve a oportunidade, entre 2000 e 2009, de atuar em escolas, com ações de educação ambiental, controle de zoonoses, informações sobre vacinação e bem-estar e cuidados básicos com animais. Também pela instituição, trabalhou no Curso Tecnológico em Produção Animal pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), de 2014 a 2016, ministrando cursos técnicos de extensão rural (piscicultura, suinocultura, gestão ambiental e produção e sanidade animal), de ética e cidadania, e de atividades rurais, tanto na esfera acadêmica quanto em comunidades de produtores e entidades sociais.

Com oito artigos publicados em periódicos, três capítulos de livros e extensa apresentação de trabalhos em simpósios e eventos científicos, a médica-veterinária foi bolsista pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desenvolvendo pesquisa com o grupo do Projeto Energia Sustentável do Brasil, da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. O tema do trabalho foi “Biologia, Ecologia e Patologia das Doenças Infecciosas em Animais Pecuários Residentes nas Proximidades de Empreendimentos Hidrelétricos de Jirau/RO”.

Assessoria de Comunicação do CFMV