Gripe

29/08/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:06am

Insistindo para os "riscos imprevisíveis para a saúde humana", a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) deflagrou hoje o sinal de alerta, conclamando os governos a redobrar a ação preventiva e monitoramento contra a nova fonte desse vírus mortal.

"As aves selvagens introduzem o vírus, mas são as cadeias de produção e de comercialização de aves que contribuem para sua propagação", afirma o veterinário-chefe da FAO, Juan Lubroth.

Desde sua aparição em 2003, o vírus H5N1 matou 331 das 565 pessoas infectadas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A última morte ocorreu no começo do mês no Camboja, onde foram registrados oito casos de infecção humana este ano, todos mortais.

A infecção de humanos diretamente a partir de aves silvestres ocorreu com a amostra H5N1 na Ásia. Esta amostra provavelmente surgiu em gansos na China em 1977 e infectou aves domésticas.

Desde 2003, o virus provocou o abate de mais de 400 milhões de aves. Os prejuízos econômicos ficaram próximos de US$ 20 bilhões no mundo, antes que o vírus pudesse ser eliminado na maioria dos 63 países infectados no auge da doença, em 2006.

Mas a FAO nota que o vírus continuou endêmico em seis países – China, Índia, Bangladesh, Egito, Indonésia e Vietnã -, e o número de casos voltou a aumentar progressivamente.

O vírus propagou-se recentemente para Israel, territórios palestinos, Bulgária, Romênia, Nepal e Mongólia.

Agora, a agência da ONU elevou o alerta diante do aparecimento de uma nova fonte do vírus, aparentemente capaz de contornar as defesas fornecidas pelas vacinas existentes.

No Vietnã, que tinha suspendido sua campanha de vacinação de aves, as áreas norte e central foram invadidas pela nova fonte do vírus, conhecida por "H5N1-2.3.2.1".

A circulação do vírus ameaça diretamente o Camboja, Tailândia e Malásia e coloca em risco a península coreana e o Japão.

Mas a FAO avisa que a migração de aves selvagens pode propagar o vírus a outros continentes. Levando em conta a tendência geral constatada desde o declínio progressivo da doença entre 2004-2008, a FAO teme um recrudescimento do H5N1 no outono e no inverno, com as populações descobrindo de maneira "inesperada" o vírus em seus territórios.