EUA

03/11/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:24am

Cientistas dos Estados Unidos usaram uma proteína do leite e argila para desenvolver um novo tipo de poliestireno extrudido – tipo de "espuma de plástico", usado como isolante térmico -, leve, biodegradável que eles dizem que podem substituir o produto tradicional. A pesquisa foi liderada por David Schiraldi, da Case Western Reserve University, que disse que "trata-se de uma opção de produto para companhias que buscam materiais verdes e que não causam danos ao meio-ambiente". Ele disse que o processo em si também não prejudica o meio-ambiente, uma vez que o único efluente é o vapor de água.

Os resultados do estudo, recentemente publicado no Biomacromolecules, mostra que o material produzido usando leite bovino é biodegradável e forte o suficiente para usos comerciais com quase um terço do material se degradando dentro de 30 dias. Oitenta por cento das proteínas do leite correspondem à caseína, que já é usada na fabricação de colas e revestimentos de papel. "A caseína mostra boa formação de filme e propriedades de revestimentos, bem como excelentes propriedades de barreira a substâncias não polares (oxigênio, dióxido de carbono e aromas). Isso a torna uma excelente candidata para várias aplicações, como revestimentos de papeis, colas e embalagens de alimentos".

Entretanto, a caseína por si só tem uma resistência mecânica limitada e é sensível à água, o que pode restringir suas aplicações práticas. Para tornar a caseína mais flexível e aumentar sua resistência à água, os cientistas a misturaram em uma pequena quantidade de argila e uma molécula reativa chamada gliceraldeído, que une as moléculas de proteína da caseína.

Os cientistas congelaram e desidrataram a mistura resultante, removendo a água para produzir um aerogel esponjoso, um material leve. Para fortalecer o material, os cientistas o secaram em um forno e, então, testaram sua resistência. Os pesquisadores disseram que o desenvolvimento veio em meio a preocupações sobre o acúmulo de lixos plásticos em aterros sanitários municipais e a dependência do petróleo importado para se fabricar plásticos.

Os pesquisadores disseram que esse novo material pode ser usado em uma série de aplicações onde a baixa densidade e a característica de não ser agressivo ao meio-ambiente são de grande importância. Em termos de desenvolvimento do produto a nível universitário, Schiraldi disse que pretende trabalhar com empresas de lácteos para ver se os cientistas podem usar produtos lácteos diretamente, ao invés de usar caseína purificada.