CUSTOS

02/08/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

A alta no preço da soja e do milho pressiona custos de produtores de Aves e Suínos e pode acabar no bolso do consumidor. Entidades ligadas ao setor preveem desemprego e aumento de até 15% nos preços de carne de frango e dos ovos.

Matéria-prima para a fabricação do farelo que alimenta as Aves, a soja acumulou, entre janeiro e julho, alta de 74%, e o milho registra aumento de 37% nos preços. Essas altas, apresentadas pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef), são os responsáveis pela queda na produção de Aves, afirma o presidente executivo da entidade, Francisco Turra.

– Vários frigoríficos já anunciaram cortes de turnos e redução na produção, e a consequência pode ser o desemprego neste semestre – salientou.

Os problemas na produção também devem ter efeito para o consumidor. A previsão da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) é de que produtos como Aves e ovos tenham aumento de 10% a 15% para compensar a alta de 25% no custo de produção.

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) já registrou aumento na carne de frango: de 8% no último mês. O valor do quilo, que em junho era de R$ 4,71, subiu para R$ 5,11 esta semana. Os ovos tiveram pouca variação em relação ao ano passado, mas a perspectiva é que logo o aumento chegue também ao produto.

– A tendência é de piorar a situação – salienta o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.

Cooperativas reduzem ocupação de aviários

O frigorífico Diplomata fechou duas unidades no Paraná, que abatiam 110 mil Aves por dia, na tentativa de driblar a crise.

Com 11 unidades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a Cooperativa Central Aurora anunciou redução em 10% no alojamento de Aves a partir desta semana. Ao mês, 1,2 milhão de Aves deixarão de ser alojadas nos aviários pelo sistema integrado, reduzindo a renda no campo.

– Com o efeito cascata, a cadeia vai sofrer, do produtor ao consumidor – alerta o gerente de operações e logística da Aurora, Celso Cappellaro.

Conforme o diretor executivo da Asgav, Eduardo Santos, produtores de ovos e Aves estão com dificuldade de manter o plantel. Na granja Zulian, em Erechim, no norte do Estado, o produtor Joel Zulian está usando o farelo armazenado da safra passada.

– Só tenho até setembro, se não baixar o preço até lá, não tenho como produzir – lamenta.