Compromisso com o Futuro
24/03/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:57am
As perspectivas que a humanidade possui para enfrentar as adversidades já postas e as repercussões que poderão advir necessitam de assunção com responsabilidade. A primeira delas, a falta de alimentos para suprir as necessidades diárias do ser humano, é um tema presente em nossa educação há muitos anos. A clássica definição Malthusiana previa a extinção da raça humana ao propor que na medida em que a população cresce de forma aritmética, a necessidade de alimentos cresce geometricamente. Entendiam os pessimistas que chegaria o momento que uma guerra civil se instalaria tendo como fundamento a busca de alimentos cada vez mais escassos.
As pesquisas desenvolvidas no mundo têm dado respostas extremamente significativas e atendido satisfatoriamente a demanda da sociedade. O problema é que a distribuição é desigual, o consumo sem consciência e os governos não contribuem com investimentos em pesquisa, infraestrutura e atividades produtivas inovadoras. A voracidade com que nossos governos criam impostos ou aumentam os já existentes é de uma fome que não se define, tamanha é a bocada que nos é dada. Por acaso é possível identificar investimentos na mesma proporção da arrecadação? Um observador desavisado poderia supor que nosso país está uma maravilha, pois não há necessidade de se investir em estradas, portos e aeroportos para o transporte de bens e serviços. Investir em outros países e perdoar dívidas tem sido uma opção recorrente nos últimos anos, mas onde está o nosso parlamento para coibir tais procedimentos? De vez em quando aparece um parlamentar lamentando e dizendo que é preciso dar um basta no poder Judiciário sob alegação de que este poder está assumindo funções do Legislativo, isto é, legislando. Ora, é a puríssima verdade, pois o que estamos enojados de ver e ouvir é um poder Legislativo capacho, apegado a picuinhas ao invés de se preocupar com a nossa gente, com o nosso País. Não se vê projeto consistente, que permita o nosso desenvolvimento, a conquista de melhores posições na área social, cultural, econômica e científica.
O mundo continua crescendo. Segundo a FAO, em 2010 o consumo de alimentos diários no mundo foi da ordem de 268,7 milhões de toneladas e projeta-se para o ano de 2050 o consumo de 657,3 milhões de toneladas diárias. Em 2010, segundo a organização, o consumo de carne foi de 463,8 milhões de toneladas, projetando-se para 2050 o consumo de 1038,4 milhões de toneladas. Evidente que haverá maior necessidade de alimentos, sobretudo pelo crescimento dos países que se encontram em fase de desenvolvimento. Haverá, pois, uma necessidade maior de proteína animal, não só pelo incremento populacional como pela melhoria de condições econômico-financeiras. E como produzir tanto, sem pesquisas? Como poderemos escoar as nossas produções sem portos, sem ferrovias, sem estradas e sem energia? Como nossos governos imaginam que poderão alcançar uma produção de alimentos, sobretudo de origem animal, sem pagar um salário condizente aos profissionais que, juntamente com a classe produtora do nosso país, são responsáveis pela quantidade e qualidade do que é colocado à disposição do mercado consumidor?
Por outro lado, a necessidade que os nossos municípios têm de Médicos Veterinários para atuar na saúde pública é motivo para os prefeitos investirem no NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família, no SUS – Sistema Únicos de Saúde e contribuir para minimizar a procura de postos de saúde e de hospitais motivados por doenças infectocontagiosas, toxi-infecções alimentares,subnutrição etc. A nossa luta é contínua e de nossas atuações no presente é que depende o nosso futuro. Saibamos, pois, com fé, honra, dignidade e, sobretudo consciência prepararmos o mundo para aqueles que hão de nos substituir.
Med.Vet. Benedito Fortes de Arruda
Presidente do CFMV