CFMV recebe professores com experiência em diagnóstico de mormo

05/11/2021 – Atualizado em 30/10/2022 – 9:01pm

O Conselho Federal de Medicina Veterinária está promovendo um ciclo de debates sobre as doenças infecciosas em animais que impactam o crescimento econômico do agronegócio brasileiro. A primeira reunião técnica foi realizada hoje (5), na sede da autarquia, em Brasília, com os professores Rinaldo Aparecido Mota e Roberto Soares de Castro, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os médicos-veterinários estão entre os pesquisadores pioneiros de mormo no Brasil.

Os professores contaram a trajetória de investigação da doença no país, cujo diagnóstico de existência só foi conclusivo em 1999. O mormo é uma enfermidade infectocontagiosa que afeta equídeos (cavalos, burros e mulas) contaminados pela ingestão de água, alimentos, inalação ou contato direto com a bactéria.

Os sintomas clínicos mais clássicos são o corrimento nasal viscoso e nódulos subcutâneos nas mucosas e pulmões. Além do sistema respiratório, a doença pode afetar a pele e os sistemas linfáticos e digestivo. A transmissão acontece por introdução de animais doentes no rebanho, pelo sistema de criação e por manejo higiênico-sanitário inadequado. As grandes concentrações de equídeos também estão associadas à disseminação da doença.

Os pesquisadores se dedicaram a desenvolver testes de diagnóstico veterinário e, em parceria, criaram o kit Elisa em 2018. Com tecnologia inédita, possui alta sensibilidade e especificidade, método superior ao teste sorológico de fixação de complemento até então utilizado.

Adicionalmente, em 2019, Castro trabalhou no processo de aperfeiçoamento da metodologia e desenvolveu o teste western blotting, utilizado para diagnóstico da doença. “Hoje, os testes de triagem e confirmação do mormo disponíveis no Brasil foram desenvolvidos com tecnologias 100% brasileiras, produzidos por empresas nacionais, com protocolos robustos, aprovados e registrados pelo Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento]”, explicou.

Em outra frente de trabalho, Mota coordena um projeto na UFRPE que estuda a vacina contra mormo e um teste sorológico de diagnóstico para os futuros animais vacinados. “É um marco histórico e, se tivermos bons resultados, pretendemos trabalhar com a transferência de tecnologia”, planeja.

Participaram presencialmente do encontro o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida; a chefe de gabinete, Erivânia Camelo; o assessor técnico jurídico de relações institucionais, Rodrigo Montezuma. Por videoconferência, interagiram a vice-presidente do CFMV, Ana Elisa Almeida; o assessor da Presidência, Fernando Zacchi; e o conselheiro suplente Flávio Veloso.

Assessoria de Comunicação do CFMV