Aves

23/08/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:06am

Segundo maior produtor de aves do Brasil, Santa Catarina também é o Estado que mais exporta. O faturamento é de mais de 1 bilhão de dólares em vendas externas e o volume anual de abates é de aproximadamente 700 milhões de aves. O Estado reúne 13.000 avicultores, dos quais 10 mil são integrados às agroindústrias. O sistema de integração levou bem-estar às famílias rurais e transferiu tecnologia aos criadores. O setor emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais 80 mil. Nesta entrevista, o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila, fala sobre as perspectivas de modernização da atividade avícola e sobre os fatores que contribuem para o Estado se destacar em volume de exportação.

Quais são as principais demandas no setor avícola?

Ávila: As principais demandas envolvem planejamento de longo prazo, pelo menos até 2050, focado na infraestrutura do Estado (ferrovias, rodovias, portos, aeroportos etc.), sanidade animal, linha de crédito para produtores, alinhamento fiscal e postos avançados de adidos agrícolas nos países importadores, entre outros.

Qual seria o investimento necessário para modernizar o setor avícola catarinense?

Ávila: Acredito que Santa Catarina deve caminhar para uma linha de parcerias público-privadas.

Qual foi a proposta apresentada pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav) ao governo Estadual?

Ávila: Apresentamos nosso Plano Estratégico 2050, visando um alinhamento e comprometimento de todos no longo prazo. Não podemos ficar pensando em apenas quatro anos (de acordo com o mandato político). Os empresários necessitam ter uma visão de maior período. Não se faz agronegócio competitivo desta forma. Precisamos entender que Santa Catarina tem aspectos positivos, tais como sanidade animal, vocação para produção e qualidade. Entretanto, temos alguns desafios, como custo logístico superior, custo de matérias primas superiores. Só podemos mitigar estas desvantagens trabalhando em conjunto: agroindústria, produtores, empresários e governo.

Para quais países o produto é enviado e qual é a demanda interna do produto no Estado?

Ávila: Santa Catarina está habilitada a exportar para mais de 120 Países. Como nos demais Estados do Brasil, o consumo é crescente em função basicamente da saudabilidade do produto e presença constante nos pontos de venda.

Qual é o custo de produção e como é calculado?

Ávila: O custo fundamentalmente está vinculado ao valor de matérias-prima: milho, soja, óleo e farelo de soja e no custo logístico (terrestre e marítimo, energia e mão de obra).

Quais são os principais fatores que contribuem para o Estado se destacar em quantidade e volume exportado?

Ávila: A origem da agroindústria brasileira está em SC. OS maiores grupos estão sediados aqui. Certamente destacamos a saúde animal com o fator chave de sucesso. É importante continuarmos com a crescente evolução neste aspecto.

O setor está investindo em alguma área específica?

Ávila: Neste momento, investimos em automatização em função do apagão de mão de obra.

Qual é a sua avaliação sobre as questões envolvendo a sanidade das granjas?

Ávila: O Estado de SC é líder na linha de saúde animal. Precisamos continuar inovando com os controles aplicados, reforço nas barreiras interestaduais e internacionais, atualização dos bancos de dados dos animais alojados e a rastreabilidade completa de toda a cadeia produtiva.

Como o setor está se portando em relação as demandas ambientais?

Ávila: O setor está sempre se atualizando de acordo com a legislação ambiental vigente e, certamente, isso é uma das prioridades setoriais.