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05/02/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am
A autorização no Brasil para a perseguição, captura e o abate de javalis foi bem recebida pelos produtores rurais do Estado, principalmente em Rio Brilhante, onde o ataque dos animais chegou a causar perdas de mais de 5 mil sacas de milho em algumas propriedades. A decisão, publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), permitirá uma tentativa de controle desses animais que têm forte presença em algumas regiões do País, onde, em grande volume, vêm destruindo lavouras.
Em Mato Grosso do Sul o município mais atingido nas últimas safras pelo ataque de javalis é em Rio Brilhante, onde bandos têm destruído dezenas de hectares de milho. De acordo com a presidente do sindicato rural do município, Volneth Inês Alessio Matos, as perdas na época da safrinha variaram de 10% a 15% em algumas lavouras da região. "O município sofreu um estrago muito grande das lavouras, principalmente no mês de novembro. Teve fazenda onde 5 mil sacas foram destruídas por esses animais". Ela, que também teve a fazenda atacada pelos bandos de javalis explica que os animais entram nas lavouras de milho,comem as espigas e deitam as plantas no chão. Nem sempre naquelas plantas que eles deitam, eles comem. Mas o produtor acaba não conseguindo colher a planta.
Em Dourados também há registro da presença do animal. Além de estragar as lavouras, os javalis podem transmitir doenças como a peste suína africana, peste suína clássica e febre Aftosa.
Os produtores da região de Ponta Serrada, no oeste de Santa Catarina, registraram perdas até 20% nas plantações, invadidas pelos javalis. Pelos números do Sindicato Rural local, quase três mil animais da espécie circulam pela região, passando de uma lavoura para outra e deixando um rastro de prejuízos. AbAte AcompAnhAdo Apesar de encarar a medida do Governo como uma solução para os produtores que estavam sofrendo com perdas por conta dos javalis, a presidente do sindicato rural de Rio Brilhante diz que o abate precisa ser acompanhado pelo Ibama. "Ainda estamos nos familiarizando com a medida, que deve ser seguida à risca, mas com acompanhamento técnico do Ibama. Não podemos abrir as fazendas para que os animais sejam caçados sem uma equipe técnica, especializada. Quem vai fazer esta caça?", questiona.
Pela instrução do Ibama, o controle do javali-europeu da espécie Sus escrofa será realizado por meios físicos. O uso de armadilhas, substâncias químicas e a soltura de animais para rastreamento, com a finalidade de controle, vão depender de autorização de manejo de espécies exóticas invasoras dada pelo Ibama.
Só será permitido o uso de armadilhas que capturem e mantenham o animal vivo. Laços e dispositivos que acionam armas de fogo, capazes de matar ou ferir os animais, estão proibidos. O Ibama destacou que não será permitido o transporte dos animais vivos ou a comercialização de qualquer produto e subproduto obtido por meio do abate de javalis.
Reunião Nesta semana a equipe técnica da Federação de Agricultura de MS (Famasul) vai se reunir para discutir a decisão de Ibama e definir as diretrizes que serão tomadas no Estado em conjunto com o Ibama.