Tratamento

11/01/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:24am

No zoológico de Brasília, uma fêmea de lobo-guará conseguiu sobreviver a um atropelamento e voltar para a natureza. Tudo graças a um tratamento com células-tronco. Uma novidade que pode ajudar na preservação de animais selvagens.

A fêmea de lobo-guará chegou ao zoológico de Brasília em estado de pré-coma. Ela foi atropelada por um caminhão. Para tratar os ferimentos e a pata quebrada, a equipe de veterinários optou por um tratamento inédito: usar células-tronco em um animal selvagem.

“Fazendo uso de célula-tronco, a gente tem a cicatrização óssea mais rápida. Esse animal tem menos tendência a refraturar e a cicatrização é mais completa”, explicou o veterinário Rafael Bonorino.

No mesmo dia da operação, a loba conseguiu ficar em pé. Uma semana depois, não precisava mais tomar remédios e não sentia dor.

Foi justamente na fase recém-operada que a loba deu um susto nos veterinários do zoológico de Brasília. No dia 22 de setembro, como de costume, o tratador chegou, por volta das 7h, para saber como o animal passou a noite. E descobriu a prova do que ninguém esperava, mas aconteceu: a loba, com apenas oito dias de operação, conseguiu ter força e disposição fugir do zoológico.

Ela foi encontrada a dois quilômetros do zoológico e levada de volta para continuar o tratamento e, um mês depois da cirurgia, o raio X já mostrava a recuperação no osso da loba.

“É o primeiro registro no planeta Terra de um caso com animal silvestre, nesse caso, com lobo-guará”, destacou diretor do Zoológico de Brasília, Raul Gonzalez.

Ao todo foram quatro meses de tratamento. Sem as células-tronco, demoraria o dobro do tempo.

E enfim, chegou a hora mais esperada: dentro de uma caixa, a loba, totalmente recuperada, foi levada para a natureza. Assustada, foi preciso um pouco de ajuda, até que ela finalmente reconheceu o cerrado e saiu correndo de volta para casa.