Saúde

08/12/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am

Desde 1979 uma nova arte de curar passou a constar no Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira: a homeopatia. Com seus princípios, ideologias, paradigmas conceituais e métodos, essa medicina ainda gera dúvidas quanto à eficácia, mas também ganha novos adeptos a cada dia e já faz parte das rotinas de atendimento até do Sistema Único de Saúde (SUS) do país, sendo estabelecida como política de Estado.

Trazida ao Brasil pelo médico francês Benoit Jules Mure, em 1840, a alternativa hoje é chamada de medicina integrativa, possui cursos de formação em universidades e é utilizada também por médicos veterinários e odontológicos, além de farmacêuticos e psicólogos. “Felizmente a população já possui um nível de aceitação maior à homeopatia”, conta a Médica Pediatra, Homeopata e colunista do site, Dra. Norma Honda.

Para a homeopata e também colunista, Claudia Meirelles, o tratamento já conquistou seu espaço, mesmo que sua comprovação não seja na lógica da ciência convencional. “Há muitos anos a homeopatia recebeu respeito e crédito da ciência e do mundo leigo, pois cura doenças, mexe com a qualidade da saúde e resgata a visão holística do organismo”, explica em seu artigo publicado no site.

A indicação para o tratamento homeopático pode vir da falta de sucesso no uso dos medicamentos químicos, como no caso da autônoma Vera Lúcia do Nascimento Horn, que sofria com as constantes crises de enxaqueca. “A homeopatia me ajudou muito. Eu era muito dependente de remédios que algumas vezes não resolviam o meu problema. Na homeopatia, passei a usar medicamentos que respondiam ao meu corpo muito bem”, conta.

Vera Lúcia conheceu a homeopatia através do sogro, que lhe indicou procurar um profissional da área. Com os bons resultados, Vera inseriu o tratamento na rotina de sua família, mas não abandonou os remédios tradicionais. “Hoje faço uso tanto da homeopatia quanto de analgésicos”, afirma.

Segundo a homeopata Norma Honda, não é preciso retirar os medicamentos químicos dos pacientes, o processo pode ser feito aos poucos, sem perder a eficácia. “Muitas pessoas que tomam de dez a vinte tipos de medicamentos por dia, também sentem os efeitos colaterais da homeopatia e conseguem reduzir o número de remédios”, explica.

Para ela o importante é respeitar os pontos de vista de cada pessoa, não forçá-las a um tratamento que não estão acostumadas, esclarecê-las bem e esperar o tempo de cada um para uma mudança de vida. “É muito importante adquirir o dom de ouvir os pacientes, o que não ocorre mais na medicina atual”, alerta Norma.

Conceitos e métodos

A Homeopatia é uma forma de curar enfermidades usando como ferramenta substâncias da natureza super diluídas. “Ela [homeopatia] é a arte de curar pelas leis da semelhança. Nós analisamos os sintomas e sinais do problema que o paciente apresenta e o remédio homeopático que corresponda a essas características. Por isso há diversos remédios para vários tipos de tosse”, explica Norma.

Para ser um remédio homeopático, Claudia Meirelles conta que a substância deve ser capaz de produzir no homem aparentemente sadio, sintomas semelhantes aos da doença que se pretende curar num determinado caso. “Esta coincidência de sintomas existentes no doente e o seu reconhecimento no medicamento caracteriza a ‘Lei da semelhança’, fundamento capital da prática homeopática”, diz.

A individualização proposta pelo médico homeopata ao seu paciente é baseada em todos os seus sinais e sintomas característicos, como afirma Claudia. “A homeopatia direciona sua ação ao bem estar físico e mental e paralelamente pode propor o ajuste de seu paciente através de coadjuvantes como fitoterapia, orientação dietética, atividade física direcionada, mudança de hábitos, florais de Bach, medicina ortomolecular, programação neurolinguistica e outra inúmeras alternativas para ensinar o organismo a trabalhar a favor de si mesmo”, conta.

Para Norma, a homeopatia é uma medicina curativa e de forma rápida. “As pessoas costumam pensar que é ela [homeopatia] é um tratamento demorado, mas não é”, afirma. A homeopata Claudia Meirelles ainda vai além na definição do método e afirma: “Ciência e Eficiência se misturam na definição da homeopatia, cujo caminho conquistado é hoje irreversível.

O tratamento

Segundo a Dra. Norma, qualquer pessoa, de qualquer idade, com qualquer patologia – seja doença aguda ou crônica – pode aderir a homeopatia. “Mesmo doenças graves podem ter tratamentos paralelos com a alopatia. Tendo-se um bom senso, podemos tratar de qualquer doença. Mesmo uma pessoa que já toma muitos medicamentos pode ter a energia vital equilibrada”, afirma.

Diferente dos medicamentos químicos, a homeopatia procura agir também na parte psicológica da pessoa. “Faço tratamento para ajudar o estado emocional e melhorar o aspecto imunológico dos pacientes, além de fazer uma orientação para uma alimentação mais saudável”, conta Norma.

Com seu trabalho voltado a pediatria, Norma alerta que muitas doenças podem ter causas dentro da estrutura familiar da criança. Segundo ela, o maior beneficio da homeopatia é a medicina preventiva, que ajuda na cura por inteira. “O que mais me fascina como pediatra é tratar do emocional da criança. Eu acabo trabalhando a dinâmica familiar, pois o problema da criança não é isolado, depende do meio que ela vive e das pessoas que cuidam dela. Acabo tornando-me uma médica de família”, conta.

Linhas da homeopatia:

– Unicismo: Prescrição de um único composto homeopático.

– Pluralismo: É chamado também de alternismo, dois compostos homeopáticos administrados em horas distintas, um complementando o outro.

– Complexismo: São prescritos dois ou mais compostos homeopáticos que podem ser administrados simultâneamente.

– Organicismo: O composto homeopático é prescrito conforme o órgão doente. Esta prática aproxima-se muito da alopatia.