Projeto de estudantes de Medicina Veterinária conscientiza crianças sobre o tráfico de animais
02/12/2015 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am
Desenvolvido por estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o projeto “Meu bicho é legal” leva informações sobre as consequências do tráfico de animais selvagens a estudantes de escolas públicas de Curitiba e faz as crianças refletirem sobre o papel de cada um no combate a este crime.
A ideia surgiu em 2013, durante um trabalho de extensão de três alunos da residência do Hospital Veterinário da UFPR e recebeu o apoio do professor Rogério Ribas Lange, hoje responsável pelo projeto. Atualmente, doze estudantes do curso de Medicina Veterinária participam do “Meu bicho é legal”.
Foto: Nagaissa Reinhardt
No fim de semana, quando o Zoológico de Curitiba recebe crianças de escolas públicas, os futuros médicos veterinários aproveitam a oportunidade para realizar palestras sobre os conceitos básicos do tráfico de animais e bem-estar animal, sobre liderança, proteção contra zoonoses, além de proporcionar às crianças o contato direto com animais apreendidos para que conheçam as consequências do tráfico.
Foto: Cris Roger Zeni
O projeto é coordenado pela estudante de Medicina Veterinária Nagaissa Reinhardt. Já adulta ela deixou de trabalhar com produção de shows para voltar a estudar e realizar um sonho: ser médica veterinária.
Nagaissa conta que o projeto proporciona uma mudança nítida no comportamento das crianças.
“Nós fazemos uma pergunta no início da visita: podemos retirar animais da natureza para ter em casa? Antes da conscientização muitos alunos respondem que sim, o que é errado. E no fim do trabalho repetimos a pergunta e todos respondem que não. Mostra que eles fixaram o conhecimento e que o nosso trabalho está sendo bem feito”, afirma.
Este ano, 20 escolas já participaram do projeto e 600 crianças receberam as informações. Os estudantes da UFPR pretendem, em 2016, levar o projeto diretamente às escolas de Curitiba e difundir ainda mais as informações sobre o combate ao tráfico de animais.
Foto: Cris Roger Zeni
Médicos veterinários do futuro?
“Muitas das crianças nos abraçam no final da ação ou pegam na nossa mão e falam que querem ser médicos veterinários quando crescer. E todos nós já tivemos um sonho como esse. Mostrar a essas crianças que ser médico veterinário não é só cuidar do cachorrinho deles, mas também é ser cidadão, é realmente muito gratificante”, conta Nagaissa.
Diante do grande interesse dos alunos, a coordenação do projeto ampliou as ações no Zoológico e buscou inserir as crianças no âmbito da Medicina Veterinária ensinando, entre outras coisas, a diferença entre animais exóticos e nativos, domésticos e selvagens.
“Nós também levamos estetoscópios para que as crianças possam auscultar os animais, atividade que normalmente elas adoram. E também mostramos e falamos de diferenças entre diferentes espécies”, conta a estudante.
Foto: Cris Roger Zeni
A ideia tem dado tão certo que estudantes de Medicina Veterinária de outros estados demonstraram interesse em replicar o projeto. Quem quiser ser voluntário e contribuir com o projeto “Meu bicho é legal” deve entrar em contato pelo e-mail meubicholegal@gmail.com.
“É bom sentirmos que estamos fazendo algo por uma questão tão séria que é o tráfico de animais no Brasil. É muito bom ver que a informação que a gente leva para o público infanto-juvenil muda um pouco a maneira que eles veem o mundo”, afirma Nagaissa.
Assessoria de Comunicação do CFMV