prevenção

26/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

No estudo genético de ovelhas com a amostra mais abrangente já realizado no Brasil, pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) avaliaram genomas de 1.400 animais de 13 raças. O trabalho investiga a suscetibilidade à scrapie, doença neurodegenerativa fatal mais comum em ovinos. Recém-publicada na revista "Research in Veterinary Science", a pesquisa deverá fortalecer as ações nacionais de controle da doença.
Quatro marcadores genéticos permitem que as ovelhas sejam divididas em cinco tipos: a mais suscetível à doença, a com maior resistência e três níveis intermediários. Os brasileiros conseguiram desenvolver uma forma rápida e econômica de, com um exame, classificar os animais. O pesquisador Samuel Rezende Paiva, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, explica que a scrapie pertence ao grupo de encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), assim como o mal da vaca louca. As EETs não podem ser tratadas nem prevenidas com vacina.

– O exame genético é importante para a prevenção. Compramos animais da Europa, geralmente reprodutores, que podem disseminar uma suscetibilidade maior à doença – explicou Paiva. – Se o Brasil quiser exportar carne de ovelha, a genotipagem pode ser uma barreira. A Comunidade Europeia, que costuma colocar barreiras aos nossos produtos, retirou do seu mercado rebanhos cujos genes são mais suscetíveis à scrapie.

O Brasil sequer sabe quais são as características genéticas de suas ovelhas. Na amostra dos pesquisadores da Embrapa e da UFRGS, 40% dos animais analisados possuem genótipos de resistência à doença, indicando que o Rebanho nacional pode responder rapidamente a um programa de seleção e que algumas raças podem ser usadas em programas de melhoramento genético.