Presidente do CFMV fala dos desafios da gestão em artigo

22/01/2018 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

Por Roberta Machado

A edição de sábado do jornal potiguar Tribuna do Norte trouxe em sua seção de opinião um relato do presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Francisco Cavalcanti de Almeida, sobre os desafios que enfrenta à frente da gestão da entidade para o próximo triênio 2017-2020.

No texto, Almeida ressalta as transformações pelas quais passa o país, e destaca o papel do médico veterinário e zootecnista na condução para um futuro inovador.

“Essenciais para o agronegócio, a Medicina Veterinária e a Zootecnia brasileiras encaram a grande responsabilidade de atuar como agentes na resistência contra a crise econômica que abala o país. Para ajudar a mudar este cenário, os profissionais farão uso das novas tecnologias exponenciais, que darão o poder de resolver muitos dos maiores desafios mundiais, e o potencial imprescindível para atender às necessidades de todos os seres do planeta”, aponta o presidente do CFMV.

Na última semana, a gestão do CFMV completou seu primeiro mês, durante o qual realizou diversas medidas em busca da integração com os Conselhos Regionais (CRMVs), com outras entidades e com os profissionais.

 

Confira o artigo completo no site do Tribuna do Norte e também abaixo:

 

Uma gestão transparente, inovadora e integrada

Desde que parti da minha terra natal, em Goianinha, galguei uma longa trajetória que ultrapassou as fronteiras potiguares, passou pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e me levou à frente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), por três mandatos. Agora, assumo com alegria e humildade a presidência do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

Abraço essa função em um momento especial para o nosso país. Passamos por grandes transformações, movidas por turbulências políticas, mudanças de pensamento e cobranças por inovações. Somente sobreviverão os líderes que buscarem suas próprias reinvenções, e tiverem o poder de agregar e influenciar positivamente, contribuindo com o crescimento de todos a sua volta.

Com a missão de disciplinar o exercício da Medicina Veterinária e Zootecnia, por meio da normatização, fiscalização e valorização profissional, o CFMV tem o desafio de ajudar a conduzir esse processo de mudança. Como tal, sempre esteve em busca de boas práticas para a promoção do bem-estar dos animais e da sociedade, função que será eternamente o nosso Norte. Pretendemos continuar a cumprir essa missão com transparência, buscando sempre a inovação.

Essenciais para o agronegócio, a Medicina Veterinária e a Zootecnia brasileiras encaram a grande responsabilidade de atuar como agentes na resistência contra a crise econômica que abala o país. Para ajudar a mudar este cenário, os profissionais farão uso das novas tecnologias exponenciais, que darão o poder de resolver muitos dos maiores desafios mundiais, e o potencial imprescindível para atender às necessidades de todos os seres do planeta.

Este futuro já é uma realidade que bate à nossa porta todos os dias. Hoje, a única constante é a mudança, e o seu ritmo somente aumenta. E, dentro deste contexto, a Medicina Veterinária e a Zootecnia precisam estar à frente e tomar as rédeas do futuro. Ambas as profissões têm fortes atribuições capazes de enfrentar desafios da atualidade, como a segurança na crescente produção de alimentos, os riscos à saúde de animais, seres humanos e meio ambiente – conceito de Saúde Única –  trazidos pela globalização e a busca pelo Bem-estar Único e sustentabilidade ambiental. Acreditamos que esses desafios se materializam como uma grande janela de oportunidades para os profissionais.

No último mês, inauguramos no CFMV a gestão do triênio 2017-2020. Um compromisso que começa neste período de transformações, durante o qual teremos de lidar com questões que afetam a Medicina Veterinária e a Zootecnia, como: a falta de controle sobre a criação de novos cursos de graduação, a desqualificação do desenvolvimento de estratégias voltadas para o controle populacional de cães e gatos, e a urgência da revisão das leis federais nº 5.517/68 e nº 5.550/68, que dispõem sobre o exercício da profissão de médico veterinário e zootecnista, respectivamente.

Também é necessário fortalecer a responsabilidade técnica do médico veterinário na produção de alimentos e dar visibilidade a esse trabalho tão importante para o consumidor. Defendo que o nome e inscrição do responsável técnico pelo estabelecimento que processou o leite consumido pelas famílias, por exemplo, esteja presente no rótulo dos alimentos, assim como já é feito nos rótulos de medicamentos. Assim fortalecemos a indústria, valorizamos o profissional e damos segurança ao consumidor!

Iniciamos uma difícil caminhada em direção à valorização profissional, mas não partimos nessa jornada sozinhos. Trazemos conosco os interesses e as preocupações dos médicos veterinários e zootecnistas brasileiros, classes que, unidas, somam mais de 125 mil profissionais. Em conjunto com os Conselhos Regionais, esperamos atender às necessidades de cada estado, independentes em suas particularidades, mas iguais em importância para o país. Afinal, o Sistema CFMV/CRMVs é de todos, e por todos ele deve ser conduzido. Além disso, ampliaremos o diálogo direto com os profissionais, entidades e associações ligadas à Medicina Veterinária e Zootecnia e com o poder público. 

Entendemos que se fazem necessárias mudanças estruturais urgentes e inadiáveis, que devem ser realizadas com clareza, prudência, transparência e ética. Visamos a unificação do Sistema com força política e a promoção de uma única voz, conectando profissionais, estudantes e cidadãos. Dessa forma, médicos veterinários e zootecnistas poderão continuar a cumprir com o nobre e importante papel na promoção da Saúde Única e em defesa do bem-estar dos animais, dos seres humanos e da sustentabilidade do meio ambiente.

Francisco Cavalcanti de Almeida, Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)