Gigantes

04/10/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:25am

De olho nas oportunidades que começam a ser criadas no mercado veterinário global a partir dos movimentos de gigantes multinacionais como Pfizer, Merial e Intervet, a francesa Ceva Santè Animale começa a traçar planos mais ambiciosos.

A empresa está atenta a produtos e linhas globais que poderão ficar disponíveis a partir da fusão entre Intervet e Merial e da aquisição da Fort Dodge pela Pfizer, e já se comporta como candidata a ir às compras e ampliar o portfólio. Em 2010, a expectativa dos franceses é faturar, no total, € 440 milhões, 11,4% mais que em 2009.

Com os planos de expansão, a companhia visa se consolidar no segundo bloco de companhias que se forma no cenário global. Estão nessa lista múltis como Elanco, Bayer e Boehringer, todas com vendas entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. Após incorporar a Fort Dodge, a Pfizer passou a ter um faturamento anual próximo a US$ 4 bilhões. Ainda assim perderá para o resultado da fusão entre Merial e Intervet, cuja receita chegará a US$ 5 bilhões.

"Hoje, no mundo, estamos em um terceiro grupo, mas temos a meta de estar entre as cinco maiores até 2015, com faturamento de € 800 milhões", afirma Alexis Goux, diretor-geral da subsidiária brasileira da Ceva.

Nessa estratégia de crescimento, Goux considera que o Brasil terá uma posição de destaque, por causa do incremento de seu mercado interno e em razão da maior participação da subsidiária nas exportações. A partir de 2012, o País será a plataforma de exportação do grupo para todos os mercados foram do eixo Europa-América do Norte.

Depois de comprar quatro empresas brasileiras no últimos nove anos e criar a infraestrutura necessária para alavancar as vendas externas, a unidade brasileira prepara, agora, o processo de registro dos produtos nos países importadores. Mais de 40 serão atendidos pelo Brasil, incluindo aqueles no Oriente Médio, na Ásia e na África.

Enquanto aguarda os registros, a filial da empresa no Brasil se voltará, no curto prazo, para o mercado doméstico. A Ceva é a sétima maior empresa do segmento no país, com participação de 5%, com faturamento de R$ 123 milhões no ano passado. Em 2010, a receita deverá somar R$ 127 milhões. "O Brasil já é o principal mercado para a Ceva no mundo. Nosso plano é elevar as vendas para R$ 200 milhões até 2015 e ocupar a quinta colocação também no mercado interno", afirma Goux.

Para o executivo, há dois caminhos para isso. O primeiro passa por reforçar as relações com os revendedores do País. Além disso, a Ceva Brasil está desenvolvendo uma estratégia de apoio técnico aos produtores, especialmente para pecuaristas, frente onde a companhia acredita existir mais oportunidades para crescer. A atuação no Brasil sempre teve maior ênfase no segmento de aves e suínos, além dos animais de companhia. No mercado de bovinos, a múlti francesa tem uma participação de 2,5%, bem abaixo dos 25% que possui em aves.

"Vamos reforçar a linha de produtos biológicos para bovinos, com três possibilidades. A primeira é manter e ampliar as importações desses produtos de outras subsidiárias. A segunda é continuar o processo de aquisições, e a terceira, um pouco mais distante, é investir na construção de um centro de produtos biológicos no Brasil", afirma Goux.