Em audiência, CFMV e MEC discutem ensino à distância para Medicina Veterinária

17/01/2024 – Atualizado em 29/01/2024 – 9:02am

A autorização de cursos na modalidade EaD (ensino à distância) para Medicina Veterinária esteve em pauta durante audiência realizada nesta quarta-feira (17) entre a presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Ana Elisa Almeida, e o diretor de Política Regulatória da Secretaria de Regulação do Ensino Superior do Ministério da Educação (Seres/MEC), Paulo Augusto Meyer Mattos Nascimento.

Durante o encontro, Ana Elisa Almeida apresentou as razões pelas quais a Medicina Veterinária deveria estar inclusa no rol de cursos de graduação impedidos de serem ministrados à distância, considerando que praticamente todas as disciplinas da formação, além dos estágios e projetos de extensão, exigem atividades práticas.

“Em defesa da qualidade do ensino e contra o EaD tratamos da não-inclusão do curso em portaria que autoriza a abertura de graduações. Consideramos que a partir dos critérios analisados pelo MEC, a Medicina Veterinária atende em relação à porcentagem de aulas práticas constantes em nossas diretrizes curriculares nacionais”, explicou a presidente do CFMV.

A Portaria Seres/MEC nº 523/2023 publicada no Diário Oficial da União de 21 de dezembro autorizou o funcionamento de cursos superiores na modalidade EaD em Medicina Veterinária, compreendendo 700 vagas. “A gente não pode imaginar que um aluno que esteja longe, sem contato com a parte prática da profissão, consiga prestar um serviço satisfatório à sociedade. O EaD é uma ferramenta inclusiva, mas precisamos ter uma série de critérios e cuidados,”, reiterou Ana Elisa Almeida, destacando, ainda, a necessidade de ampliar a fiscalização de cursos autorizados em todo o país.

Segundo o MEC, estão em estudo mudanças no marco regulatório do ensino à distância no Brasil. “Uma preocupação que temos é com os cursos que exigem mais campo de prática, que precisa ser presencial e dentro do que especificam as diretrizes curriculares nacionais. A gente tem feito um esforço muito grande de escutar diversos segmentos. Nosso desafio é repensar e há uma força-tarefa em curso. Estamos fazendo um estudo de como criar critérios objetivos e eficientes para cursos presenciais e, posteriormente, apresentar um conjunto de ações ao ministro Camilo Santana”, garantiu o diretor de Políticas Regulatórias do MEC, Paulo Augusto Meyer Mattos Nascimento.