Doenças

25/07/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:09am

Dor, febre, falta de apetite, tosse, cansaço… Se você acha que estes são sintomas de doenças exclusivas de gente, engano seu. Cães e gatos, os dois animais mais comuns nas casas das pessoas, também estão suscetíveis as mais variadas enfermidades. E, diferente dos humanos, eles não tem para quem reclamar. Muito menos dizer exatamente o que está acontecendo. Por isso é essencial que os tutores tenham atenção especial para perceber quando o animalzinho não está bem. Seus hábitos mudaram? Antes ele era brincalhão agora fica quietinho no canto? Estes são sinais de que alguma coisa pode está errada.

O problema – que não é exclusivo do cuidado com os animais – é dar o famoso “jeitinho” brasileiro e tentar resolver a situação com medicamentos comprados na farmácia ou indicado por amigos. Uma decisão que pode ser fatal. O motivo? O remédio de farmácia foi feito para gente com você e eu. Medicamentos veterinários tem componentes diferentes. Quem alerta é o médico veterinário, com especialidade em oncologia animal, Giovani Fernando Araujo, 31, que há sete anos atua na área.

“Anti-inflamatórios, principalmente o diclofenaco sódico, podem causar danos permanentes aos rins e estômago”, explica. Para ele o importante, além desse cuidado básico, é a prevenção. E ela começa bem cedo, já nos primeiros dias de vida. A vacinação, essencial no início da vida animal, também deve ser realizada anualmente. E não é apenas contra a raiva. O tutor deve fazer várias outras vacinas.

Para os cães, são quatro as essenciais: déctupla (conhecida como V10 – a qual se encontra a vacina contra a cinomose, parvovirose, leptospirose, hepatite infecciosa dentre outras), antirrábica, contra giardíase e tosse dos canis. Já os gatos possuem a quintopla, conhecida por V 5 (vacinas contra panleucopenia felina, rinotraqueíte, calicevirose, clamidiose e leucemia felina) a antirrabica e a vacina contra de fungo de pele.

Branquinhos

Outra dica importante é escovar os dentes do seu animal. Isso mesmo! Essa é uma técnica imprescindível para o controle de doenças periodontais, aumentando a qualidade de vida dos nossos companheiros. Porém, não adianta correr para o mercado, comprar uma escova e acreditar que o animal vai achar a ideia de ter seus dentes escovados diariamente a melhor coisa do mundo. É preciso condicioná-lo desde pequeno. Os que já tem certa idade devem ser levados ao veterinário para limpezas periódicas. Outra dica dada por Giovani é fazer o controle de pulgas, carrapatos e piolhos, principalmente se o animal vive em quintais.

Cuidados

Fernanda Rodrigues Menegassi, 26, gerente comercial, é tutora da Nina, uma beagle de oito meses. Além de manter todas as vacinas em dia, ela fica atenta ao comportamento de Nina. “Ela é muito agitada e brincalhona e quando fica mais quieta já tentamos identificar o que está acontecendo”, diz. Já a editora de revista Amanda Dultra, 24, é tutora de Tequila, uma maltês de quase três anos. Como já perdeu um cachorrinho, o Yuri, devido a câncer nos testículos, Amanda é toda atenção para Tequila: dá banhos semanais e cuida muito bem da sua alimentação, além de agasalhá-la nos dias mais frios. “Nunca a mediquei sozinha. Sempre que percebi alguma mudança no comportamento dela, levo ao veterinário. Não sou a favor de dar remédios de ‘humanos’ para os animais”, conta.

Inflamação nos ouvidos
Causa: fungos, bactérias ou sarna. Sintomas: coceira, inclinação da cabeça e secreção escura com cheiro ruim. O animal também chacoalha a cabeça com frequência. Transmissão: de um animal para outro, por contato. Prevenção: proteja os ouvidos do animal no banho e limpe-os sempre.

Giardíase
Causa: Infecção provocada por um parasita no intestino e no estômago. Sintomas: dor de barriga e fezes moles, às vezes esverdeadas e de cheiro forte. Transmissão: contato com pessoas contaminadas ou ingestão dos parasitas. Prevenção: afaste o animal dos agentes de contágio.

Problemas de pele
Causa: sarnas e alergias. Sintomas: a sarna causa coceira, além de queda de pelos e manchas vermelhas na pele. Já as alergias podem ser causadas por pulgas, pólen, mofo, grama, alimentos ou fumaça, as causas variam e são semelhantes as que atingem os humanos. Transmissão: Há dois tipos de sarna: a demodécica, que é genética, e a sarcóptica, transmitida por contato com animais ou humanos contaminados. Prevenção: evite afastando o animal de pessoas ou animais contaminados e não o estresse.

Tosse dos canis
Causa: vírus. Sintomas: febre, apatia, falta de apetite, tosse seca, ânsia de vômito. Prevenção: É essencial não deixar o cão em locais úmidos ou sujeitos a mudanças bruscas de temperatura, vaciná-lo, além de mantê-lo afastado de animais doentes.

Gastrenterites
Causa: Muito comuns, podem ser transmitidas por vírus, bactéria ou ocorrer depois de uma intoxicação. Sintomas: diarreia, com ou sem vômito. Transmissão: vermes ou comida contaminada. Prevenção: em nenhuma hipótese os animais devem ter acesso ao lixo.

Abscessos
Causa: mordidas de gatos. Sintomas: o local apresenta pus, causa dor, inchaço e febre. Prevenção: aconselha-se castrar o gato e impedir seu acesso à rua.

Lipidose hepática
Causa: as reservas de gordura vão para o fígado, sobrecarregando-o. Sintomas: o animal perde o apetite, até não comer mais. A urina fica escura, as mucosas amareladas, o animal vai ficando fraco até que morre. Prevenção: é básica e mínima: mantenha seu animal bem alimentado.

Parvovirose
Causa: vírus Sintomas: febre, sonolência, falta de apetite, além de vomito, tosse e inchaço nos olhos. Prevenção: evitar contato com animais e objetos contaminados e vacinação específica.

Cinomose
Causa: vírus Sintomas: febre alta, tosse, dificuldade de respirar, corrimento nasal, vomito e diarréia. O sistema nervoso também é afetado e o animal tem tremores e não consegue andar. Nesse estágio, as chances de salvar a vida do cão são pequenas. Prevenção: vacinação.

Problemas no trato urinário inferior dos felinos
Causa: de origem genética ou alimentar. Sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, depressão, dor na barriga, vômito e desidratação. Prevenção: consiste em oferecer ração de boa qualidade, não fazer mudanças alimentares bruscas e deixar água fresca à disposição.

Erliquiose canina
Causa: bactéria encontrada em carrapatos. Sintomas: febre, perda de apetite e de peso e fraqueza muscular. Prevenção: mantenha seu animal e quintal livre de carrapatos para evitar a contaminação.