Clima
17/10/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am
Estudo publicado neste domingo (16) na revista científica "Nature Climate Change" aponta que o aumento das emissões de gases de efeito estufa e a elevação da temperatura da terra, consequências da mudança climática, influenciam no desenvolvimento de espécies marinhas e terrestres.
A publicação, elaborada por cientistas da Universidade Nacional de Cingapura, verificou que o aquecimento global pode afetar diretamente a taxa de crescimento de animais e organismos.
O estudo citou, por exemplo, que este fenômeno já aconteceu no período Paleoceno-Eoceno, há 55 milhões de anos, quando a temperatura da terra subiu entre 3 ºC e 7 ºC e houve redução de 40% na quantidade de chuvas em todo o globo.
Naquela época, o tamanho de invertebrados como besouros, abelhas, aranhas e cigarras foi afetado, chegando a diminuir entre 50% e 75%.
Biodiversidade afetada
De acordo com os pesquisadores, a mudança climática atual tem ocorrido de forma acelerada e o aumento das emissões de CO2 já acidifica os oceanos (alteração química que torna mais difícil a sobrevivência e proliferação de peixes e outras espécies marinhas).
O documento cita experimentos que simularam a elevação da temperatura prevista pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) demonstraram que algas vermelhas, encontradas em corais, podem reduzir seu tamanho em 250% e a taxa de crescimento do fitoplâncton, alimento de muitas espécies aquáticas, também seria afetada.
Na superfície terrestre, frutas e plantas encolheriam entre 3% e 17% a cada grau de temperatura elevado. O tamanho de animais marinhos invertebrados também reduziria em até 4% e o comprimento dos peixes poderia diminuir em até 22%.
Adaptação
O estudo da "Nature" diz que as consequências do encolhimento ainda não são totalmente compreendidas, mas poderiam afetar toda a biodiversidade, inclusive os seres humanos, devido à redução da disponibilidade de nutrientes, alimentos e água.
Os cientistas concluem que é preciso entender a causa do encolhimento dos organismos e analisar se é possível combater esta alteração. Caso contrário, é necessário verificar medidas para adaptação humana ao convívio dos efeitos das alterações climáticas.