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27/09/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Cientistas descobrem ratos que perdem pele para fugir de predadores
Animais têm capacidade de regeneração incomum, diz estudo da ‘Nature’.

Cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, descobriram duas espécies de ratos no Quênia, na África, com uma característica incomum: elas soltam e regeneram pedaços de pele com grande facilidade, o que permite que escapem de seus predadores. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (26) na versão online da revista "Nature".

Os animais usam o mecanismo para fugir de seus inimigos naturais, deixando a pele rasgar quando são agarrados, afirma a pesquisa. Depois, eles possuem a capacidade de recuperar o tecido, junto com as glândulas de suor, pelos e até cartilagem. Ao contrário de ratos comuns, que ficam com cicatrizes quando a pele é removida, o estudo diz que as espécies recém-descobertas não apresentaram marcas deste tipo após terem se regenerado.
A recuperação de tecidos nunca havia sido registrada antes em mamíferos, aponta a "Nature", mas é relativamente comum em crustáceos, insetos, répteis e anfíbios. Alguns lagartos têm a capacidade de fazer a cauda crescer de novo após ela ter sido arrancada ou cortada.
Os ratinhos africanos receberam os nomes científicos de Acomys kempi e Acomys percivali. Os cientistas acreditam que o próximo passo a ser dado é estudar os mecanismos genéticos e moleculares que levam à regeneração nestes animais.

Para a pesquisadora Ashley Seifert, da Universidade da Flórida, estudar o DNA dos ratos e de outros animais com capacidade de regeneração pode ser útil para os humanos no futuro. "Olhando os genes que existem pelos vertebrados, esperamos encontrar os que poderão um dia ser ‘ativados’ em seres humanos", ponderou ela para a "Nature".

Espécies são primeiros mamíferos com esta característica, diz pesquisa.