Bactéria
07/06/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am
Bactéria responsável por foco é um híbrido agressivo e tóxico
Ministros da agricultura dos países da União Europeia realizam nesta terça-feira uma reunião de emergência em meio aos esforços da Alemanha para identificar a fonte de um surto de infecções pela bactéria E.coli, que já provocou 22 mortes.
Testes preliminares realizados em brotos de feijão de uma fazenda alemã suspeita de ser a origem do surto não identificaram a presença da bactéria.
Segundo as autoridades de saúde da Alemanha, as primeiras 23 das 40 amostras coletadas na fazenda em Uelzen, ao sul de Hamburgo, apresentaram resultado negativo.
Mais de 2.200 pessoas em 12 países já apresentaram sintomas de infecções intestinais provocadas pela bactéria. Os casos registrados fora da Alemanha são de pessoas que moram ou viajaram ao país.
Inicialmente, as autoridades alemãs haviam responsabilizado pepinos importados da Espanha como a origem do foco.
Investigações
Na reunião da tarde desta terça-feira em Luxemburgo, os ministros europeus vão tentar descobrir o quão perto os especialistas estão de descobrir a origem do surto, em meio às crescentes críticas sobre as investigações.
Segundo o correspondente da BBC Chris Morris, o encontro também vai considerar a sensível questão da indenização aos produtores rurais prejudicados pela crise.
A Espanha diz que vai exigir da Alemanha uma compensação por 100% das perdas verificadas pelos seus produtores após a acusação falsa contra os pepinos exportados pelo país.
A associação espanhola de exportadores de frutas e hortaliças estima as perdas em 225 milhões de euros (cerca de R$ 520 milhões) por semana.
Os ministros europeus também devem analisar a proibição da Rússia à importação de hortaliças europeias, estabelecida em resposta ao surto de infecções pela E.coli.
Outros países da União Europeia afirmam que seus produtores precisarão de ajuda financeira após uma queda significativa nas vendas.
Fazenda
Na segunda-feira, a secretária da Agricultura do Estado alemão da Baixa Saxônia disse que “as investigações continuam”, ao anunciar que os primeiros testes na fazenda em Uelzen haviam dado negativo.
A secretaria disse não esperar nenhuma “conclusão de curto prazo” e afirmou que, dada a complexidade dos procedimentos de testes, as restantes 17 amostras coletadas na fazenda devem demorar mais alguns dias para apresentar resultados.
A fazenda orgânica em Uelzen fica a cerca de 100 quilômetros ao sul de Hamburgo, onde está concentrada a maioria dos casos.
O diretor-geral da fazenda, Klaus Verbeck, afirmou ao jornal Neue Osnabruecker Zeitung que não conseguia ver por que o local estava sendo acusado.
“Não posso entender como pode haver uma ligação entre os processos que temos aqui e as acusações”, afirmou Verbeck.
“Os brotos de saladas são cultivados apenas com as sementes e água e não recebem fertilizantes. Nem há nenhum fertilizante animal usado em outras áreas da fazenda”, disse.
O tipo de E.coli responsável pelo foco de infecções é normalmente transmitido por meio de fezes ou bactérias fecais.
A bacteria se prende às paredes do intestino, onde libera toxinas, provocando diarreia, fortes cólicas estomacais e febre.
Cientistas dizem que a cepa da bacteria é um híbrido agressivo tóxico a seres humanos e não identificado previamente em contaminação de alimentos.
A maioria das vítimas se recupera após alguns dias de tratamento, mas centenas de pessoas infectadas pela epidemia recente desenvolveram uma síndrome potencialmente fatal, que ataca os sistemas renal e nervoso.