Avicultura

26/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Muitos mitos são criados em torno da produção e as formas de criação de Aves, tanto para os frangos industriais como para as Aves rústicas (caipiras) soltas. Os consumos mundiais de carne de ave têm crescido vertiginosamente nos últimos 10 anos, pois se trata de um alimento totalmente protéico e barato, por isso o mercado vem se aprimorando e criando alternativas para que as populações possam ter acesso cada dia mais de uma alimentação mais saudável.

Muitas críticas ao manejo, ao desenvolvimento genético, entre outros são abordados pelos consumidores, ocorre que muitas vezes não observam que a Avicultura passou de um simples sistema de produção, para um negócio altamente responsável e organizado.

Muitas empresas brasileiras hoje são vistas como modelos mundiais, pois possuem em seus quadros funcionais muitos profissionais altamente experientes e capazes de mostrar ao mundo as mais altas tecnologias, com soluções e melhorias contínuas na produção de Aves, preucupando-se com o bem estar na alimentação humana de qualidade. Por isso o Brasil é o modelo para o mundo.

Mas o mais importante além é claro do Brasil ser um dos maiores e mais bem sucedido na produção de Aves, destacam-se a importância também de empresas brasileiras que apresentam soluções sociais as comunidades onde as indústrias são instaladas, pois em torno destes modelos industriais, criam-se muitas demandas e interferências no meio.

Na Avicultura existem dois modelos de produção, a industrial denominado de “ frango comercial” o mais produzido e consumido mundialmente e o colonial (Aves rústicas ou caipiras)em pequena escala, mas com um potencial de crescimento interessante, devido ao fácil manejo e as alternativas alimentares como o “orgânico”, “verde”, “rústico-alternativo”, que barateia o custo de produção.

Uma das grandes barreiras para o crescimento da ave colonial (caipira) esta na sua forma rústica em que é criada, de forma solta e sem controle, este modelo é muito criticada pelas organizações sanitárias, pois a forma antiga e tradicional que nossos avós ou antepassados criavam estas Aves nos fundos de seus quintais, ou em áreas rurais sem o devido controle, e totalmente soltos, e que permanecendo esta forma, seriam um risco ao controle da saúde humana devido às doenças do mundo moderno como a Gripe aviária.

Porém este tipo de criação esta sendo ultrapassado, hoje existem companhias brasileiras que possuem um sistema organizado e moderno, obedecendo todos os critérios sanitários com excelência, repassando às práticas de manejo industrial, através de um manejo simples e prático para as pequenas famílias poderem produzir e criar sua subsistência.

Dentre estas experiências, podemos citar um grande projeto desenvolvido no interior de Alagoas, mais precisamente no sertão na cidade de Santana do Ipanema pela companhia brasileira Globoaves, trata-se de um programa de Avicultura familiar denominado PAF, implantado através de um sistema de manejo, criação e produção de Aves rústicas (caipiras) a famílias de baixa renda, produzindo “proteína para alimentação humana” através do ovo e carne de Aves caipiras, além da sustentabilidade na venda destes produtos ao mercado regional.

A Globoaves diante de seus anos de experiência em Avicultura, desenvolveu esse programa através do seu INSTITUTO GLOBOAVES, repassando de forma voluntária o conhecimento de seus colaboradores (Médicos Veterinários, técnicos em manejo, Engenheiros de produção, Administradores, etc.) com uma metodologia simples de manejo, de controle sanitário das Aves, da qualidade na produção, atingindo assim através da comercialização a sustentabilidade tão desejada.

A metodologia contempla o treinamento de manejo para as famílias rurais de baixa renda, em suas próprias áreas, onde são vistoriadas e analisadas as infraestruturas de galinheiros, os tipos de animais pré-existentes (Aves e outros), as vegetações naturais disponíveis (frutas, capim, arbustos, insetos) para o alimento alternativo destas Aves, observando as normas sanitárias e os cuidados com a criação.

O sistema prevê também a união destes produtores, através da criação de uma associação ou cooperativa de pequenos avicultores, com estratégia de repassar toda a organização de uma Avicultura industrial moderna, a um modelo simples em Avicultura familiar, ou seja, como uma pequena integração, podendo até criar uma pequena verticalização industrial familiar, através de pequenas fábricas de ração, salas de ovos, pequenos abatedouros, etc…

Outro ponto importante, que este programa vem de encontro às exigências sanitárias que o Ministério da Agricultura vem combatendo, pois no Brasil, assim como em outros países, é muito difícil controlar a criação de Aves rusticas (caipiras) que ficam totalmente soltas, pois se trata de uma cultura de manejo por parte das famílias rurais, desta forma, o PAF apresenta uma solução inteligente, pois contempla o “semi-confinamento”, criando uma mudança de comportamento de manejo, não deixando de ser ainda uma criação rustica, porém de forma controlada, com orientação sanitária correta, sugerindo aos Municípios a implantação do SIM (Sistema de Inspeção Municipal) entre outros controles, contribuindo com a melhoria na saúde animal, assim como da saúde na alimentação humana através da produção destas Aves.

O PAF – Programa de Avicultura Familiar é um grande exemplo a iniciativas desta natureza, pois vêm ao encontro de respostas para o meio rural, diminuindo o êxodo, proporcionando sustentabilidade, dando as populações rurais carentes, pequenas soluções que possibilitam grandes mudanças ao processo de crescimento nestas regiões.

O programa nasceu com sucesso no sertão alagoano e hoje vêm sendo modelo no Brasil, esta sendo implantado além do Estado de Alagoas, no Paraná, Rondônia, Piauí, servindo inclusive como soluções a países que possuem as mesmas dificuldades, como o Haiti, Paraguai, Nicarágua, Moçambique entre outros.