Antirrábica

23/05/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Os cachorros devem ser levados aos postos com coleira e guia e os mais ferozes com focinheira; os gatos devem ser conduzidos em caixas especiais para o transporte
Depois de dois anos suspensa no estado de São Paulo, a campanha de vacinação antirrábica foi retomada a partir de segunda. Só na capital paulista, a meta é imunizar 1 milhão de cães e gatos. Serão 2.064 postos volantes montados, cada dia em um ponto estratégico, para levar o serviço até a população e outros 17 pontos fixos. A campanha vai até o dia 3 de junho.

A raiva é uma doença transmissível tanto para animais como para o homem. A transmissão acontece pelo contágio direto como mordidas, arranhões ou lambeduras de cães, gatos, morcegos ou outros mamíferos infectados.

Em 2010, a campanha de vacinação foi suspensa em todo o país, depois de mortes e reações adversas em cães e gatos que haviam sido vacinados, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, foram notificadas 637 reações adversas, sendo 41,6% dos casos graves (morte ou reação alérgica que pode levar à morte). Em São Paulo, dois animais de estimação morreram, um na capital paulista e um no interior.

O ministério informou ainda que, em 2011, a entrega da vacina foi priorizada para os estados que apresentaram circulação de vírus antirrábico canino. Os estados considerados como áreas de risco foram: Maranhão, Ceará, Pernambuco, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Alagoas, Sergipe e Mato Grosso do Sul. Esses estados receberam todas as doses e já realizaram a vacinação em 2011.

Para evitar que novas mortes ocorram, foram adotadas medidas como exigências ao laboratório produtor, com o aperfeiçoamento no processo de produção para garantir a segurança do produto. "Além disso, novos e mais rigorosos testes de qualidade foram introduzidos. Foram distribuídos 22,9 milhões de doses da vacina para todo o país. As secretarias estaduais, junto com os municípios, são responsáveis pelas estratégias e organização das campanhas", disse o ministério.

De acordo com a médica veterinária e gerente do Centro de Controle de Zoonoses da cidade de São Paulo, Ana Claudia Furlan, a falta da vacina por dois anos não foi suficiente para representar ameaça de que a doença reapareça, pois outras medidas preventivas nunca deixaram de ser tomadas. Nesse período, foram observadas as agressões e capturados os morcegos que poderiam estar doentes.

– Os morcegos que apresentaram comportamento ou condições diferentes do normal foram capturados e levados para análise em laboratório. Normalmente, temos de três a quatro morcegos positivos para a raiva por ano e esse número não mudou sem a vacina. Na capital, apenas um gato foi infectado por morcegos, o que não representa possibilidade de outros animais também terem a doença – disse.

Ana Claudia explicou que é preciso observar os morcegos. Como esses animais têm hábitos noturnos, se houver algum voando durante o dia, caído no chão ou caminhando, pode haver algo errado. Nesses casos, a população deve informar o Centro de Controle de Zoonoses, que encaminha uma equipe especializada para o local, onde o animal é recolhido e levado ao laboratório. Segundo ela, o último caso de raiva humana foi registrado na cidade de São Paulo em 1991. No estado, a última ocorrência foi em 2001.

Cães e gatos com mais de três meses de vida devem ser imunizados. A veterinária garantiu que a vacina é segura, sendo a mesma que é utilizada nas clínicas particulares. "Não há contraindicações e o efeito colateral que o animal pode apresentar normalmente se restringe à dor no local da aplicação e uma certa prostração, que passa logo".

Os cachorros devem ser levados aos postos com coleira e guia e os mais ferozes com focinheira. Os gatos devem ser conduzidos em caixas especiais para o transporte. Quem não as tiver pode improvisar com um carrinho de feira ou dentro de fronhas, desde que o animal esteja contido para evitar acidentes ou fugas. A medida, nesse caso, é essencial porque, normalmente, os gatos não costumam sair com seus donos.