Ação
18/05/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am
O governo do Estado anunciou ontem um pacote de medidas para tentar minimizar os efeitos da seca na bacia leiteira de Pernambuco. Um dos dados mais alarmantes da situação de estiagem na região é o abate de milhares de vacas reprodutoras que ainda poderiam estar produzindo leite. Muitos produtores também estão se desfazendo de seu Rebanho. A principal providência do Executivo é dobrar o investimento no programa Leite de Todos, que atualmente é de R$ 800 mil. A ideia é pagar mais pelo litro do leite do produzido em pequenas propriedades. Segundo o governo, o valor pago ao pecuarista ficará 30% maior e passará dos R$ 0,76 atuais para R$ 1, no caso do leite de vaca. Já o leite de cabra passa de R$ 1,30 para R$ 1,65, cerca de 20% a mais.
Atualmente, 80% da produção leiteira do Estado, que é de 1,8 milhão de litros, vêm da agricultura familiar. Itaíba é a cidade pernambucana com maior produção e a 13ª do ranking brasileiro. Além disso, o governador Eduardo Campos também prometeu que vai suspender a cobrança do ICMS sobre a ração animal. “São ações importantes para que possamos preservar a bacia leiteira de Pernambuco. Se conseguimos alimentar o gado, ele produz o leite, que é comercializado, gerando renda até a sua chegada à casa das milhares de mães que, por sua vez, precisam desse alimento para criar seus filhos”, afirmou Eduardo.
O anúncio foi feito pelo governador ontem, a cerca de 500 produtores e empresários do setor de laticínios, em reunião realizada no Ginásio de Esportes do município de Itaíba (a 332 km do Recife). O governador também anunciou apoio logístico para o transporte da produção agropecuária, compra de estoques de milho para alimentar os animais e a contratação imediata de 30 técnicos para ajudar os produtores a acessarem a linha de crédito emergencial de R$ 1 bilhão disponibilizada pelo governo federal dentro do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE).
Eduardo disse também que conseguiu, junto ao governo federal, um desconto de mais de 50% no preço do milho para os pequenos agricultores. O quilo do alimento, que normalmente é comercializado a R$ 40, será adquirido por R$ 18,10. Serão disponibilizadas 300 mil toneladas do cereal. Cada produtor poderá comprar até 60 quilos, o que representa uma economia de R$ 1.314. Para efetuar a compra, ele só precisa estar cadastrado no Pronaf.
Segundo a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro), o abate de gado em idade de produção saltou para 62 mil até março, o dobro do registrado no ano passado no mesmo período. A matança é para evitar que os animais morram de fome, pois não há pasto. É uma forma de se adiantar à perda de peso. Magros, os bovinos ficam sem carne para ser comercializada.