Fertilização in vitro prevê elevar em 10 vezes produção de leite na Bahia

26/11/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am

A Bahia tem produção de 1,2 bilhão de litros de leite ao ano, conforme dados da Secretaria de Agricultura e Desenvolvi­mento Rural (Seagri). Esta produtividade coloca o esta­do em 22º lugar no ranking nacional, com uma média muito baixa em relação às de­mais regiões do país.

Porém uma técnica de fer­tilização in vitro (FIV) desen­volvida há três meses no ex­tremo sul da Bahia promete aumentar a produção do in- sumo em até 10 vezes, segun­do o Veterinário da Consulte Embriões, Maurício Vieira.

Implante

Trata-se de cruzamento, feito em laboratório, do material genético de animais de alto padrão, chamados de super- vacas e supertouros. Depois disso, é implantado o em­brião em uma receptora, ou barriga de aluguel, que pode ser uma vaca comum.

"O processo de implanta­ção é bastante simples e pode ser realizado no próprio cur­ral do produtor, sem dano ao animal", conta o diretor de pecuária da Laticínios Dava­ca, que desenvolve o projeto de FIV, em parceria com o laboratório Consulte Tecnolo­gia de Embriões.

Após 60 dias, com a pre­nhez confirmada, o bezerro que nascerá será um girolanda ou guzolanda, animais de altíssimo padrão genético e que produzem muito leite.

Enquanto um animal co­mum produz de quatro a cin­co litros de leite por dia, o que foi gerado a partir da FIV irá produzir de 16 a 17 litros. "A fertilização aumentará muito a quantidade e produtividade de leite na Bahia. Só há be­nefício com a FIV, já que o Rebanho é aperfeiçoado ao ge­rar animais de elevado pa­drão genético", observa o diretor de pecuária da Seagri, Luiz Miranda.

Diferentemente do que se pode imaginar, o investimen­to não é alto se comparado à compra de um animal comum. De acordo com o diretor de operações da Laticínios Da­vaca, Lutz Lima, uma vaca nor­mal custa em torno de R$ 3,5 mil, já o embrião FIV vale R$ 600, sendo que depois, na fase de ordenha, custará R$ 5 mil. "É um investimento a longo prazo, mas na fase de ordenha o animal fica muito mais va­lorizado no mercado", diz.